Talvez você já tenha dito que falta dinheiro. Ou que não tem tempo. Ou que o momento não é bom. Talvez você ache que não nasceu para isso. Que empreender é para quem tem talento especial, contatos influentes ou cursos caros no currículo. Mas a verdade é que a maioria dos empreendedores começou exatamente como você está agora: com uma ideia vaga, poucos recursos e muitas dúvidas. O que fez a diferença não foi o cenário. Foi a decisão de agir. O primeiro passo. A coragem de começar, mesmo sem garantias. E talvez esteja faltando só isso para você.

Na Paraíba, o que não falta é exemplo. Tem gente que começou com vinte reais e uma cesta de doces, e hoje sustenta a casa. Tem quem empreendeu por necessidade e descobriu uma vocação. Tem quem errou no primeiro negócio, aprendeu e acertou no segundo. São histórias reais, de pessoas comuns, que decidiram parar de esperar o momento ideal e começaram com o que tinham. A diferença está menos nas condições e mais na atitude.

Empreender não é sobre abrir uma empresa de sucesso de um dia para o outro. É sobre colocar uma ideia em movimento, mesmo que de forma pequena. É testar, observar, corrigir e seguir. É vender um produto no fim de semana, oferecer um serviço para um conhecido, abrir um perfil nas redes sociais, divulgar no grupo da família. Cada pequena ação é um tijolo que constrói o caminho. Esperar tudo estar perfeito é uma armadilha. A perfeição paralisa. A prática ensina.

Outro ponto importante é entender que você não está sozinho. Há conteúdos gratuitos, mentorias, cursos online, comunidades de apoio, eventos locais, redes de empreendedores. A internet democratizou o acesso ao conhecimento. Hoje, qualquer pessoa com disposição pode aprender sobre marketing, finanças, atendimento, vendas. A desculpa de que “não sei por onde começar” já não se sustenta. Comece por aprender. E aprenda fazendo.

O medo também precisa ser encarado. Medo de dar errado. Medo do julgamento. Medo de não conseguir. Mas o medo é parte do caminho. Não deve ser eliminado, e sim administrado. Empreender exige uma relação diferente com o erro. O fracasso não é o fim, é o professor. Cada tropeço traz uma lição. Quem aprende rápido, cresce mais forte. E quem não começa por medo de errar, já está errando por não tentar.

Muita gente também se prende à ideia de que é preciso ter uma grande ideia. Algo revolucionário, inédito, genial. Mas a maioria dos bons negócios nasce de ideias simples bem executadas. Soluções para problemas do dia a dia. Produtos que melhoram experiências comuns. Serviços que economizam tempo, energia ou dinheiro. Não é sobre inventar a roda. É sobre fazer bem feito aquilo que outros fazem mal. O diferencial pode estar no atendimento, na embalagem, no carinho, na consistência.

A autoconfiança é um músculo. E como todo músculo, cresce com uso. Você só vai se sentir capaz de empreender depois de começar. Cada pequena conquista aumenta sua força. Cada cliente atendido, cada feedback recebido, cada venda concretizada. O caminho se constrói caminhando. Esperar sentir confiança total antes de agir é como esperar ficar em forma antes de ir à academia. A prática gera confiança. A ação gera coragem.

Também é preciso ressignificar a relação com o trabalho. Empreender não é apenas ganhar dinheiro. É também criar valor, transformar contextos, expressar talentos. É uma forma de autonomia, de pertencimento, de construção de identidade. Quando você empreende, não vende apenas um produto. Vende também uma visão de mundo. Uma energia. Um jeito de fazer. Isso tem poder. Isso conecta. Isso move.

E por fim, talvez você precise apenas mudar a pergunta. Em vez de “por que eu não comecei ainda?”, pergunte-se “o que posso fazer hoje para me aproximar desse sonho?”. Uma pesquisa, uma conversa, uma ideia anotada, um curso gratuito. Pequenas ações, todos os dias, criam grandes transformações. Não espere tudo estar no lugar. A vida não espera. E o seu potencial também não.

Então, por que você ainda não começou? A resposta talvez não esteja no mundo. Está em você. E a boa notícia é que você pode mudar isso agora. Porque empreender não é um privilégio. É uma possibilidade. E ela está aí, à sua porta, esperando um simples gesto: o de começar.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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