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Censo 2022

IBGE: Católicos são maioria, mas evangélicos e sem religião crescem na Paraíba

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publicado em 07/06/2025 ás 16h06
atualizado em 08/06/2025 ás 09h27

A Paraíba continua sendo um dos estados mais católicos do Brasil, é o que diz o Censo Demográfico 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dados preliminares da pesquisa revelam que 69% da população paraibana com 10 anos ou mais se declarou católica apostólica romana. Apesar da hegemonia, o índice representa uma queda de 8,3 pontos percentuais em relação ao Censo 2010, quando o número era de 77,3%.

Ao mesmo tempo, outras crenças avançam. A proporção de evangélicos saltou de 14,9% em 2010 para 20,8% em 2022, enquanto os adeptos de outras religiões passaram de 1,4% para 3,1%. O número de pessoas sem religião também cresceu, de 5,6% para 6,2%.

A Paraíba ocupa hoje a terceira maior proporção de católicos do país, atrás apenas do Piauí (77,4%) e do Ceará (70,4%). Já em relação aos evangélicos, o estado tem a quarta menor taxa, ao lado do Ceará, ficando à frente apenas do Piauí (15,6%) e de Sergipe (18,3%).

Perfil religioso por sexo, idade e raça

A análise por gênero mostra que o único grupo com maioria masculina é o dos sem religião (57,9%). Em todos os demais — como católicos, evangélicos, espíritas e religiões de matriz africana — as mulheres são maioria.

No recorte por idade, o catolicismo permanece predominante em todas as faixas etárias, sendo mais forte entre os idosos (79,7% dos que têm 80 anos ou mais). Já os evangélicos têm maior adesão entre os jovens de 15 a 19 anos (23,5%), enquanto os sem religião se destacam entre os adultos de 25 a 29 anos (10,1%).

Entre os grupos de cor ou raça, o catolicismo também lidera, com maior presença entre os brancos (70,3%) e menor entre os indígenas (59,3%). Os evangélicos têm presença mais distribuída, com destaque para os amarelos (22,8%). Entre os indígenas, 6% afirmaram seguir tradições religiosas próprias.

Instrução e analfabetismo

Os dados também revelam importantes desigualdades educacionais entre os grupos religiosos. Os espíritas apresentam os melhores indicadores: apenas 2% são analfabetos e 56,2% possuem ensino superior completo — bem acima da média estadual de 14,5%.

Já os católicos têm a maior taxa de analfabetismo (16,9%) e o menor percentual de pessoas com ensino superior completo (13,5%). Os sem religião e os evangélicos apresentam taxas intermediárias de escolaridade, mas com índices relevantes de pessoas com baixa instrução.

O levantamento é parte da publicação “Censo Demográfico 2022: Religiões – Resultados Preliminares da Amostra”, que apresenta um panorama nacional e regional sobre as crenças da população brasileira. Os dados ainda serão refinados nas próximas etapas da divulgação do Censo, com recortes por áreas menores.

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