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Bacharel, Especialista e Mestre em Administração (UFPB/UNP). Mestre Internacional em Comportamento Organizacional e Recursos Humanos (ISMT – Coimbra/Portugal). Especialista em Neurociências e Comportamento (PUC-RS) e em Inovação no Ensino Superior (UNIESP). Membro Imortal da Academia Paraibana de Ciência da Administração (Cadeira 28). Professor universitário (UNIESP), consultor empresarial, palestrante e escritor best-seller da Amazon. E-mail: [email protected]

Liderança humanizada: o segredo por trás do selo GPTW

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publicado em 05/06/2025 ás 07h10
atualizado em 05/06/2025 ás 07h23

Quando cuidar vira estratégia, o ambiente de trabalho deixa de ser apenas um espaço de execução e passa a ser um lugar de pertencimento. É esse o ensinamento que a conquista do selo GPTW (Melhores empresas para se trabalhar) pela Líder Distribuidora traz para o cenário empresarial da Paraíba. A empresa, que atua como distribuidora oficial de grandes marcas alimentícias no estado, decidiu fazer mais do que movimentar produtos: decidiu movimentar pessoas com respeito, escuta e valorização. E foi assim que transformou sua cultura organizacional em um diferencial competitivo. Na correria dos galpões, dos prazos e da logística acelerada, a Líder fez uma escolha pouco comum: desacelerar para ouvir, acolher e agir com propósito. O resultado foi o reconhecimento nacional como um excelente lugar para se trabalhar, conferido por quem mais entende do assunto, os próprios colaboradores.

Segundo Luciete Cruz, gerente de Gente e Gestão da empresa, esse resultado é fruto de uma gestão que entende que produtividade e cuidado não são caminhos opostos. Engenheira de Alimentos e psicóloga, ela lidera com a convicção de que um ambiente saudável começa pelas relações humanas. Para ela, a base da gestão está em valores como respeito, comprometimento, transparência e colaboração, aliados a práticas como escuta ativa, desenvolvimento contínuo e reconhecimento genuíno. A empresa, com atuação regional e equipes espalhadas por diferentes cidades, enfrenta desafios comuns ao setor de distribuição: alta demanda, diversidade de perfis e a constante pressão por resultados. Ainda assim, encontrou soluções criativas e sensíveis para fortalecer seu clima organizacional, mantendo a coesão entre suas equipes.

Entre as iniciativas implementadas estão rodas de conversa, escutas afetivas conduzidas pelo RH e pelas lideranças, capacitações para detecção de sinais de sofrimento emocional e acompanhamento individualizado em situações de afastamento ou retorno ao trabalho. Além disso, a Líder promove campanhas educativas, especialmente durante a SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho), e investe em projetos sociais internos voltados à saúde mental. Tudo isso em um ambiente onde os colaboradores sabem que podem falar e serão realmente ouvidos. Essas ações ganham ainda mais relevância diante das novas exigências da NR-01, que passou a incluir os riscos psicossociais no Gerenciamento de Riscos Ocupacionais. Para Luciete, essa mudança é uma confirmação daquilo que a empresa já vinha praticando: entender que os riscos emocionais são tão sérios quanto os físicos e que o cuidado com as pessoas deve ser parte central da estratégia organizacional.

A conquista do GPTW não é, portanto, um acaso. É consequência de um trabalho constante, de uma cultura construída com intencionalidade e de uma gestão que se recusa a tratar colaboradores como engrenagens. Na Líder, cada gesto conta. O feedback, a empatia nas rotinas, o reconhecimento sincero e o respeito aos limites formam o alicerce de um ambiente onde se pode crescer sem adoecer. Quando o time sente esse cuidado, tudo muda. A transformação acontece não apenas nos indicadores, mas no engajamento, na resiliência e no orgulho de fazer parte. Enquanto muitas empresas ainda se perguntam se vale a pena investir em clima organizacional, a Líder Distribuidora já entendeu que cuidar das pessoas é mais do que uma escolha ética, é uma decisão estratégica, sustentável e profundamente humana.

Fica, então, a pergunta que pode incomodar, mas também despertar: o que a sua organização tem feito para se tornar um lugar onde as pessoas realmente querem estar? Talvez a virada de chave não esteja no próximo planejamento estratégico, mas na maneira como você escuta, acolhe e valoriza quem está ao seu lado todos os dias.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB