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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Bom dia, sobreviventes!

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publicado em 09/12/2023 às 07h00
atualizado em 09/12/2023 às 05h27

Tinha ido gravar um vídeo – ontem, (8/12) Dia de Iemanjá, e institui a Lagoa, o lugar para o projeto que estou fazendo com imagens da cidade destruída e abandonada. Estou quebrando o gelo de um silencio inesperado de um justiceiro – sem pedras nas mãos.

Em 2024 teremos eleições  – não esqueçam, por favor não esqueçam de tirar do poder quem desprezou o centro de João Pessoa.  Murderous?

No som do carro, Roberto Carlos cantando na distância vi seu vulto desaparecer. É tão forte essa canção. Coragem, é o que vida quer de mim. Tantos anos se passaram. É como se já estivéssemos afastados da Terra.

É preciso falar com Antonico, que ele diga a Ismael Silva, que ainda “é necessário uma viração pro Nestor”

E o desamor?

O amor é uma dama deslumbrante. Cabelo preto, uma Iracema que perdeu a virgindade adolescente. É necessário se deixar gostar das canções de Benito de Paula –   “Você cortou o barato do meu amor, você mentiu, iludiu e me deixou por fora, você é culpada do meu samba entristecer”

Na primeira manhã que lhe perdi, estava na Pensión do Amor, na mesma rua da Pensão da Paz Dourada do saudoso jornalista Luís Augusto Crispim, que foi embora há 15 anos. Saudade dele. Morre o homem e seu nome.

O número 77 indica o casario destruído – antes, uma pensão, onde morei nos anos 70, a casa em que nasceu Virginio da Gama e Melo, na General Osório – totalmente destruida – é outra compaixão.

Para aproveitar o tema e as canções e os lugares da carne, eu fico prefiro Rey Charles, cantando Yesterday bem mais belo que qualquer Beatle.

Nada dar na telha, porque telha me lembra pai e mãe ouro de mina, coração desejo, sina.

Vi uma postagem de um amigo querido, o músico baiano Alan Brandão, em que Benito de Paula reaparece solar, elegante, vestido num terno preto. Eu gosto da noite, mas prefiro me recolher, já matei todos os amores da juventude, porque tudo que penso é liberdade.

Longe é um lugar que existe e lá não se diz que a saudade mata  a gente, não mata, maltrata. Uma pessoa mandou uma mensagem dizendo que eu ando triste, ando mesmo, talvez para anunciar essa canção repetida acabei com tudo, escapei com vida.  Será? Esquece. Vem comigo que eu tô ao vivo

Papa essa, papa!

Já era final da tarde, a terra corada, quando fui ver os meninos do Papa Blue tocando no AlmaTerra no Miramar – blues climão na Paraíba, a banda é formada pelos irmãos Rodolfo Salgueiro (piano e voz), Pedro Francisco (guitarra e gaita), Bruno Torres (bateria) Nem precisei rondar a cidade. Os caras são foda.

Kapetadas

1 – O interesse exacerbado pelo outro esconde apenas uma coisa: o medo de nós mesmos

2 – E se o tempo já se esgotou e nossa vida é mero reflexo crepuscular e sem dúvida falseado e mutilado de um processo irrecuperável e eterno? Deu a bexiga

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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