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Ana Karla Lucena  é bacharela em Direito pela Universidade Estadual da Paraíba. Servidora Pública no Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba. Mãe. Mulher. Observadora da vida.

Mudar a rota quantas vezes for preciso

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publicado em 20/11/2023 às 07h00
atualizado em 19/11/2023 às 16h01

Frequentemente novos caminhos surgem à nossa frente. Bifurcações que, por vezes, nos fazem questionar a vida e o que estamos fazendo com ela. Alguns desses caminhos fazem parte da rota que foi traçada para que seguíssemos, se você, como eu,  não acredita em acaso. Outros, são frutos dos atalhos que procuramos pra cortar caminho ou fugir do congestionamento.

Passamos boa parte da vida trilhando o mesmo caminho. Nos sentimos seguros porque já conhecemos a estrada, sabemos onde devemos reduzir a velocidade, onde devemos desviar dos buracos, e seguimos, quase no piloto automático, deixando, inclusive, de aproveitar o prazer que é seguir caminho, observar o trajeto.

O problema aparece quando somos obrigados a mudar a rota, quando somos arrancados da estrada. O GPS sem sinal. Só confiando na intuição. Seguir por caminhos desconhecidos, não pavimentados, sem sinalização, sem acostamento. Cegos. Apenas confiando que o horizonte à frente nos levará a algum lugar, de preferência seguros, sãos e salvos.

Não é fácil mudar a rota. A zona de conforto é o nosso “lugar seguro”. Lá não precisamos nos preocupar com o  que não está sob nosso controle. Sim, porque temos essa inútil necessidade: controlar o incontrolável. Não é confortável a sensação de insegurança, a adrenalina constante. Mas, parar não é uma opção. A noite vai chegar e tudo que a gente quer é uma cama aconchegante pra deitar e uma boa refeição que aqueça a alma e alimente o corpo. E sabe o que pode ser mais incrível nisso tudo? Descobrir que podemos ser ótimos desbravadores. Quando isso acontece, qualquer rota é possível de ser percorrida. A insegurança se foi.

Vou seguir por essa estrada e outras, e outras e outras, até o ocaso do sol. Pé no acelerador, olhos atentos, cinto de segurança e faróis ligados. Quando finalmente aparecer a primeira estrela no céu, estacionarei meu carro, me alimentarei, agradecerei e descansarei.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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