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Irmão de atirador de Toulouse diz que tinha ‘orgulho’ de Merah

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publicado em 24/03/2012 às 16h49

O irmão do atirador de Toulouse, Abdelkader Merah, foi levado a Paris para interrogatórios complementares. Preso desde terça-feira, ele disse estar “orgulhoso” da matança promovida por seu irmão, segundo uma fonte policial. Mohammed Merah, de 23 anos, matou três militares, três crianças e um rabino e foi morto na quinta-feira, após um cerco policial de mais de 32 horas.

A mãe dos dois, que também estava presa, foi libertada na noite de sexta-feira, de acordo com a Promotoria francesa. O advogado dela, Jean-Yves Gougnaud, contou que ela disse não ter “percebido nada acontecendo”. A mãe também disse se sentir culpada pelo que aconteceu.

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, convocou um encontro entre os ministros de seu gabinete e chefes de polícia para este sábado. Ele pretende discutir as consequências do massacre, que aumentou as preocupações sobre a segurança nacional semanas antes das eleições presidenciais, quando disputará a reeleição.

Na sexta-feira, um informe preliminar dos peritos revelado pelo "Le Parisien" mostrou que Merah levou mais de 20 tiros, a maioria quando estava de costas perto da janela. Ele morreu devido a um tiro na cabeça e outro no abdômen, com os demais disparos atingindo principalmente pernas e braços.

Abdelkader foi transferido para a capital junto com sua mulher, cujo nome não foi divulgado. O irmão do atirador encontrará um juiz, que decidirá se há motivos para a abertura de um processo sobre possíveis ligações dele com os ataques, disse uma fonte na sexta-feira.

Durante um depoimento em Toulouse, ele teria se declarado “orgulhoso” pelos assassinatos cometidos pelo irmão e teria admitido ter ajudado Mohammed a roubar a scooter que usou nos três ataques, contou uma fonte policial. Abdelkader, porém, teria negado ter conhecimento dos planos do irmão.

Policiais encontraram explosivos no carro de Abdelkader enquanto seu irmão se refugiava em seu apartamento. Ele também já era conhecido dos serviços de segurança por ter ajudado militantes jihadistas no Iraque em 2007.

Abdelkader e uma outra irmã de Mohammed estudaram o Alcorão no Egito em 2010. A polícia francesa já encontrou, no passado, links entre eles e um grupo islamista radical baseado no sul da França.

Na sexta-feira, o chefe do DCRI, Bernard Squarcini, disse ao jornal francês “Le Monde” que não havia provas de que Mohammed Merah pertencia a algum grupo islamista radical e que, aparentemente, ele se transformou em um fanático por conta própria. Em um comunicado postado na internet na quinta-feira, um grupo chamado Soldados do Califa disse ter ligações com os atentados. Os investigadores, porém, ainda tentam determinar se Merah realmente tinha algum apoio externo ou se agia como um “lobo solitário”.

Uma pesquisa divulgada neste sábado contradisse a ideia de que a segurança nacional pulou para as prioridades dos eleitores após as ações do terrorista. A agência de pesquisas Ifop afirma que 53% das pessoas acreditam que a França enfrenta um risco alto de um ataque terrorista. É o menor nível de preocupação desde que o instituto começou a monitorar o assunto, após os atentados nos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001. Nessa época, o número de pessoas que via um alto risco de atentados era 78%.

O Globo

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