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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Lee por aí

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publicado em 13/05/2023 às 07h00
atualizado em 13/05/2023 às 05h43

(para Alex, Francisco e Alan)

Lee que não tem outro som no ar. Rita Lee foi morar com as Ayabas, na barca da liberdade sem medo, de Nina Simone.

Muitas coisas, umas atrás de outras, mortes e vidas severinas sem graças e um cartaz estampado por uma moça na cerimônia do adeus, no Planetário do Parque Ibirapuera, dizendo: “Rita Lee forever”.

Rita Lee era a invenção de si mesma, bem antes de ser chamada para cantar “Jou Jou Balangandans” com João Gilberto (foto). Bem antes. Por ser encantada, por ser ela.

De uma enormidade, João Gilberto se levanta do banquinho, para de tocar o violão, e os dois se (en)cantam com a orquestra bem juntinhos.

O pássaro não proibido. Eu Lee por aí.

Não posso esquecer de Rita Lee cantando na noite de réveillon de 2012, na praia de Tambaú, em ritmo de aventura, pilotando o disco voador Lança Perfume. Lança, lança, lança.

João Gilberto cantando meu Brasil é com S, e ela canta com ele, com muitos tico-ticos no fubá, mas ao Brasil não é com S. Lee por aí.

A inimitável. Mania de você, Rita Lee, mania de você, mania de você. Lee por aí. Rita Lee veio para o Brasil nas caravelas de João Cabral de Melo Neto. João Gilberto, veio antes, para a Bahia com H.

Rita deixou a lição de casa feita. Lee por aí.

João Gilberto e Rita Lee em “Joujoux e balangandãs”, de Lamartine Babo, especial da Rede Globo em 1980 é demais  – dois artistas – ela e João Gilberto, que só aparecem a cada zil anos.

Eu brasileiro confesso o privilegio por ainda termos alguns grandes artistas da MPB entre nós, muito mais, muito mais.

Rita Lee multiplicada em todas mulheres do mundo.

Foi Karl Marx quem disse que os filósofos se limitaram a interpretar o mundo de modos diferentes; o que importa, porém, é transformá-lo, e isso Ria Lee conseguiu. Lee por aí.

Umas coisas atrás de outras, uma rita outras à toa, umas Antônias e um Maria foi com as outras.

Nenhum outro som no ar. Nenhum. Baila comigo, baila.

Disfarça que estava disfarçada, mas era ela mesma. E será.

Eu miro, eu saio, eu entro, eu gozo de praxe. Rita nos cataventos. Rita levou seu sorriso no sorriso dela, seu assunto. Lee por aí.

Kapetadas

1 – O meu sonho é viver um amor igual ao da Rita Lee e do Roberto de Carvalho. Um amor intenso, compreensivo na loucura, que deixou careta, que deu frutos, que saiu do caos pro sítio com galinha e plantinha, que foi até o fim da vidinha. Toda mulher doida só quer isso. Lee por aí.

2 – Perdi meu prazo de vaidade.

3 – “João Gilberto me ensinou que eu era uma roqueira com voz de bossanoveira. Jamais vou esquecer como foi generoso comigo, me convidando a participar de um especial dele na Globo” Rita Lee

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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