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UNIESP lança curso de Design de Mobiliário

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publicado em 02/03/2023 ás 09h52

Kubitschek Pinheiro MaisPB

O curso de Design de Mobiliário do Centro Universitário UNIESP é um dos destaques na grade dos tecnólogos. Surgiu da necessidade e demandas do mercado.

Design de Mobiliário está nos ambientes mundiais, com espaços planejados compostos essencialmente para alavancar o mercado de trabalho. A qualidade do curso interfere, inclusive, na qualidade de vida do ser humano. Por isso, esse mercado é inesgotável. A duração são dois anos, sendo quatro semestres. Em 2025 o UNIESP terá a primeira turma formada com profissionais patos ao mercado de trabalho.

Mesmo já existindo graduações específicas na área de Design de produto, a atualização nesse setor deve ser constante e um olhar singular para o universo do mobiliário se torna essencial. E isso o Uniesp preza, pelo conhecimento do aluno de todos os seus cursos.

A professora Maiara Belo é quem comanda a coordenação, que tem formação em Design de interiores (pelo Uniesp), licenciada em história e com mestrado em arquitetura e urbanismo (pela UFPB). Docente do magistério superior desde o ano de 2016, tendo ministrado aulas nas graduações de Design de Interiores, Design Gráfico, Arquitetura e Urbanismo e em pós- graduações de Design de Interiores.

Trabalha no segmento de projetos de ambientação e de mobiliários desde 2003, o que le garante uma vasta experiência no mercado de mobiliário, levando-a a obter conhecimentos desde as questões técnicas, de matérias, logísticas e de formas de usos!

Professora Maiara Belo

A professora Maiara Belo conversou com o MaisPB e traz uma série de novidades sobre o Curso de Design de Mobiliário

MaisPB – Como veio a sacada desse curso de Design de Mobiliário do Uniesp?

Maiara Belo – A ideia do curso de Design de Mobiliário surgiu a partir da necessidade e demandas de mercado, visto que, o Estado da Paraíba é referência na produção de mobiliário na região Nordeste e em franca acessão a nível nacional. Temos aqui no Estado várias indústrias de produção de mobiliários, que atendem o mercado local e regional, recebendo apoio direto e incentivos de órgãos como BNB, SEBRAE, ABIMÓVEIS, AMAP (Associação dos Fabricantes de Móveis e Artefatos de Madeira da Paraíba), Governo do Estado, entre outros, que visam conjuntamente o fortalecimento do setor. Diante dessa perspectiva a formação acadêmica direcionada, se fará cada vez mais necessária com esse foco de mercado.

MaisPB – Esse curso tecnólogo é focado em que público?

Maiara Belo – Os alunos podem vir como primeira graduação e experimentar esse vasto universo do mobiliário, ou ser egressos de áreas correlatas, tais como Design de Interiores, Design de Produtos, Arquitetura e do mercado de decoração em geral, ou outros, que busquem um maior aperfeiçoamento nessa área específica.

MaisPB – O profissional vai trabalhar com o crescimento de peças autorais. Vamos falar sobre isso?

Maiara Belo Os profissionais de Design de Mobiliário terão variadas possibilidades de atuação no mercado de trabalho. Ele poderá desenvolver peças autorais, que podem ser baseadas na resolução de um problema específico, ou mesmo de uma temática do momento. Sendo essas peças possíveis de serem produzidas em pequena, média ou alta escala. Durante o curso de Design de Mobiliário, o aluno receberá conteúdos que tratam de temáticas, culturais, sociais, de materiais, detalhamentos, técnicas produtivas e o que lhe dará subsídios para as variadas vertentes de desenvolvimento de peças.

MaisPB – Já que os formandos vão atuar com as demandas do mercado, você poderia detalhar mais esse segmento?

Maiara Belo O mercado de produção e comercialização de mobiliário está em franca ascensão na região metropolitana de João Pessoa. Através da parceria público x privado, está sendo desenvolvido na cidade de Santa Rita um polo moveleiro que já é referência regional no segmento. Através da CINEP (Companhia de Desenvolvimento da Paraíba), o governo do Estado, em 2021 lançou o programa de implantação do “Polo Moveleiro Metropolitano da Paraíba, que segundo informações da própria Companhia, tem como finalidade concentrar fábricas locais de móveis e fortalecê-las utilizando três frentes de atuação: negócios, capacitação e pesquisa e inovação. Além de atrair mais fábricas, centros de distribuição, showrooms e lojas de varejo de alguns dos mais importantes grupos e marcas do setor, com a expectativa da geração de algo próximos do 14 mil postos de empregos diretos e indiretos1.

Além dessa frente de possibilidades, na região metropolitana de João Pessoa, já existe e com atuação bastante relevante a AMAP (Associação dos Fabricantes de Móveis e Artefatos de Madeira da Paraíba), que vem ao longo dos anos fortalecendo paulatinamente o setor, tendo um dos seus membros sido escolhido como um dos vice-presidente da Abimóvel – Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário. Nessa perspectiva de visibilidade para o setor, em 2022 foi realizado em João Pessoa o CONEMOV (Congresso Moveleiro do Nordeste)2, que contou com apoio da organização do Sebrae e com a participação e vários nomes referenciados do segmento brasileiro nível nacional. Além dessas possibilidades de mercado a nível Estadual, a região Sul do país é geograficamente o local onde estão atualmente concentradas as principais indústrias do setor. E é importante a ressalva que o Brasil é uma importante referência na produção de mobiliário no continente Americano, tendo grade volume de exportação por exemplo, para os EUA3.

Diante da relevância supracitada, o egresso em Design de Mobiliário do UNIESP, terá uma vasta possibilidade de atuação, no mercado regional, nacional ou mesmo internacional.

MaisPB – O público é mais masculino ou misturado?

Maiara Belo Não há diferenciação em relação a gênero. O curso é direcionado a qualquer pessoa que tenha afinidade com a área de desenvolvimento de mobiliários.

MaisPB –   Onde é que entra a concepção e realização de mobiliários que levam em consideração os aspectos funcionais, estéticos, culturais?

A concepção e o desenvolvimento do Design do Mobiliário Brasileiro na atualidade, recebe influência direta das mudanças sociais, culturais e econômicas vividas pelo país, sendo permeada de perto pelas influências culturais, sociais entre outras. Essa característica é bem possível de ser percebida através do desenvolvimento de linhas de mobiliários com influências regionalistas, artesanais, antropológicas, que se coadunam como um processo de revalorização e de integração das manifestações culturais de valores tradicionais  Dessa maneira, muitas linhas de mobiliários brasileiros têm se desenvolvido como verdadeiros transmissores de linguagens, significados e comportamentos diversos que buscam estabelecer uma integração social em relação aos produtos, de modo a fomentar uma espécie fortalecimento e de identificação entre o que se está representando. Entretanto, sem deixar de lado, as diversidades de estilos de vida, e as necessidades impostas pela tal “vida corrida” e sua exímia necessidade de praticidade. Graças ao desenvolvimento dos setores produtivos, da qualidade e diversidade da matéria prima e ao aumento das demandas de consumo, os mobiliários atuais são em maioria compreendido como o objeto industrial e como tal apresentam em sua concepção, requisitos técnicos, ciclos de produção, consumo e descarte do material, além do ciclo de vida e a ideia de “obsolescência programada”, de maneira a garantir novos consumos.

MaisPB – Como é sequência do modelo industrial e/ou ainda o desenvolvimento de peças únicas e exclusivas de maneira a atender as necessidades específicas dos usuários?

Maiara Belo O desenvolvimento dos mobiliários passam pela resolução de uma determinada problemática, necessidade de mercado, desejo de um determinado público. A forma como será desenvolvido terá especificidades de acordo com o tipo de mobiliário a ser produzido. Mas em geral, existem algumas macros etapas que se repetem entre esses, as quais usamos como referência uma metodologia chamada de Design Thinking4 que é –

1 – Problematização e Imersão: Na qual se desenvolve pesquisas e investigação para a resolução da necessidade que é proposta ao Designer de Mobiliário.

2 – Ideação: É uma fase onde se começa a traçar soluções, ainda que preliminares dos possíveis mobiliários para que possam ser aprimorados em seguida.

3 – Prototipação: É onde são realizados os testes dos produtos, através da criação de protótipos, para sanar possíveis falhas e para que se possa colocar no mercado ou entregar ao usuário o produto com os ajustes já realizados.

4 – Implantação: É a fase onde se coloca o produto de fato em contato com o público consumidor (macro), e se recebe possíveis apoios de outros pares, como de profissionais de marketing.

Mas, apesar de todas essas etapas, é possível que se tenha que refazer etapas para ajustes que só serão compreendidos com o uso contínuo.