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Magistrado, colaborador do Diário de Pernambuco, leitor semiótico, vivendo num mundo de discos, livros e livre pensar. E-mail: [email protected]

O Clube do Conto

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publicado em 01/12/2022 às 07h40

Um grupo de escritores jovens e alguns já bastante experientes, a exemplo de Roberto Menezes, Antonio Mariano, André Ricardo Aguiar, Ana Lia Almeida, Maria Valéria Resende e Ronaldo Monte (este já falecido), fundaram na cidade de João Pessoa o Clube do Conto, há quatorze anos, com o objetivo de periodicamente, em reunião, escreverem contos e discutirem após leitura em grupo. O tema era escolhido com antecedência e os integrantes escreviam seus textos tendo como mote o tema definido.

Cordialmente aceito, passei a integrar esse seleto grupo dos amantes da literatura e na reunião mais recente fui designado para “lavrar” a ata, na qualidade de membro estreante. Compartilho a seguir o teor da ata:

Corria o ano da graça de dois mil e vinte e dois, mês de novembro e era sábado dezenove. Sim, o dia estava lindo e nós já respirávamos aliviados, o tormento estava se ultimando e a esperança, nosso refrigério, aguardando a chegada de janeiro para se materializar. E por ser sábado, integrantes do Clube do Conto se reuniram na casa de Ana Lia Almeida (bairro dos Estados, João Pessoa-PB), que distribuiu atenção, delicadeza, afeto e acepipes. Ficamos sentados em círculo no jardim e, a partir das 17 horas, tal qual uma epifania, a criação literária começou a saltar da pele dos vocábulos.

O redator desta ata fez sua estreia no Clube e ousou levar um texto para o tema sugerido “recusa”. Ruborizado, fiz a leitura de um conto intitulado Indisposição, escrito no mesmo dia para ali ser apresentado. Todas e todos, prenhe de generosidade, disseram que estreei bem. Foi muito estimulante, mas a verdade é que gostei muito dos demais textos que me sucederam.

Compunham o grupo, além da anfitriã Ana Lia Almeida, que leu um texto de seu livro de crônicas “Curtinhas da Quarentena”, Clarissa Moura, com o conto “No rádio a música toca”; Deborah Dornellas com “Não sei o nome”; Débora Rosa com “Apenas Inútil”; Iasmim Lucena leu o seu “Os ratos”; Roberto Menezes compareceu com “Caminhos”; Jon Moreira com o conto “A noite de Carlos”, epigrafado com o belo verso da canção Chão de Estrelas (Sílvio Caldas e Orestes Barbosa) “tu pisavas nos astros distraída”; João Matias, que não levou texto, mas ouviu atentamente a leitura de todos os contos, e este estreante Adhailton Lacet Porto, que leu o já citado “Indisposição”.

O uso de máscara predominou entre os participantes, vez que o coronavírus teima em não deixar João Pessoa, e voltou a contaminar . Ao final da leitura veio a deliberação sobre o tema do próximo encontro. O nome da consagrada escritora e integrante do Clube, Maria Valéria Rezende, foi o mote unânime. Não será tarefa fácil mergulhar nas águas profundas da literatura valeriana. O desafio está posto.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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