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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Brutus polarizado

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publicado em 03/09/2022 às 07h00
atualizado em 03/09/2022 às 06h06

Bom dia, criaturas da discórdia.

Persiste à nossa volta o erro de confundir amizade com liberdade. É um paradoxo? É não, é uma mistura de falta de educação com atrevimento. Vem aqui pra eu refutar essa sua teoria, vem?

Outro dia estava numa solenidade, quando uma criatura grita meu nome alto, fiz de conta que não era comigo, mas a pessoa insistiu me chamando de “figura impoluta”, do latim impollutus. Até tu, brutus (foto)? Via-se claramente a invasão.

Passa da hora de confundir o suporte com o discurso. O amigo com o conhecido, e é irredutível o comportamento de uma pessoa que abusa de uma amizade, não se manca, não visualiza a cena. Amigo não dá trabalho a outro.

Se a pessoa não conhece a outra, não tem intimidade, não deveria existir. O número de liberdade invejável não combina comigo, apesar de que eu sempre faço uma festa quando encontro um amigo querido, mas a oralidade é outra.

No outro lado da moeda, são incontáveis os “foras” que as pessoas levam por essa mania de misturar amizade com liberdade. Na amizade não cabe cobrança pelo zap, de quem reclama porque você não responde na hora, não sabem se estamos trabalhando ou fazendo sexo.

O timbre que ecoa na consciência como correlato de uma voz que ultrapassa a possibilidade de qualquer conceito de fusão, tá foda. O bata na porta antes de entrar, continua valendo.

Voltava da caminhada na última quinta-feira e sou surpreendido por dois amigos Fernando Leal e Stelo Queiroga (foto) Eles não hesitaram em me cumprimentar: conversamos sobre poemas e coisas incríveis. Gosto deles.

Na voz, no ritmo, no fio de consciência que se faz mundo, precisamos evoluir.

O bom é que a gente vai conhecendo novos amigos – jovens. Adoro eles, impulsos e descobertas de pessoas que só nos fazem o bem. Sem cobranças. E não são cafonas.

Não confundir as coisas, é o que me inspira. Às vezes uso o velho franze das sobrancelhas. É isso, amizade não se confunde com brutalidade.

Kapetadas

1 – Inteligência não é mérito, porque vem do cérebro, da genética. Inteligência é o que você faz do cérebro que a natureza te deu não finja que não entendeu.

2 – Tem algo que defina melhor a liberdade que sair de casa sem sutiã, sem cueca?

3 – Som na caixa: “Me larga, não enche”, CV

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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