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Agnelo se diz vítima de Cachoeira e oferece sigilos

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publicado em 13/06/2012 ás 12h12

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), disse nesta quarta-feira (13) que está sendo vítima de golpe do grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira. O motivo, segundo o petista, seria a dificuldade de obter benefícios ilegais do governo.

Além de se defender, o governador do DF ofereceu aos deputados e parlamentares os sigilos bancários, fiscais e telefônicos.

O governador depõe na CPI do Cachoeira para se defender de acusações de favorecimento à Delta em contratos de coleta de lixo no Distrito Federal. A empresa é apontada pela Polícia Federal como um dos braços do esquema de corrupção do contraventor.

– O grupo aqui investigado, a organização aqui investiada tramou a minha derrubada, um governo legitimamente eleito pelo povo do DF. E não agiu só, valeu-se das falsas acusações plantadas no noticiário, valeu-se de vozes com acesso às tribunas desse país.

Agnelo disse que não foi ele quem pediu para que o contrato da Delta fosse garantido. Segundo o governador, o contrato com a construtora foi determinado pela Justiça em 2010.

O petista apresentou um ofício que ele enviou ao ex-governador que o antecedeu, Rogério Rosso, pedindo a manutenção de alguns contratos que, segundo ele, não falava da Delta. Agnelo também entregou aos membros da CPI a cópia do contrato da Delta.

– Há três hipóteses para afirmar que beneficiei a Delta antes de tomar posse. Não leu o documento, leu e não entendeu, ou então leu, entendeu, mas movido por interesses partidários resolveu me atacar de forma leviana.

Segundo o governador, assim que assumiu ele pediu auditorias nas áreas problemáticas do governo, como era o caso do lixo, onde a Delta atuava. Disse que o seu governo "não era e nunca foi amigo" do grupo do contraventor.

Agnelo disse que o grupo começou a atacá-lo depois que ele aumentou a fiscalização sobre o lixo. Foi por isso, na opinião dele, que o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), a mando do grupo do contraventor, pediu seu impeachment em novembro de 2011 e começou ataques semanais nas revistas e outros veículos.

– Hoje compreendo porque o senador Demóstenes Torres protocolou pedido de impeachment contra mim na Câmara Legislativa do Distrito Federal no inicio de novembro de 2011. Poucos dias antes desse pedido, a Secretaria de Transparência havia encaminhado investigações ao Ministério Público sobre contratos de lixo no DF.

O governador disse ainda que todas as tentativas do bicheiro de chegar até ele e ter benefícios indevidos no DF foram frustrados. Seria o caso do DFTrans, sistema responsável pelo transporte público, e também do caso da compra da Fazenda Gama, área próxima ao aeroporto que Cachoeira tentava regularizar para comprar.

Críticas

O petista não poupou críticas aos governos passados. Atacou o ex-governador Rogério Rosso (PSD), que governou o DF por dez meses em 2010, atacou o grupo de José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) que foi derrubado pela Operação Caixa de Pandora.

Disse que a saúde estava na UTI quando assumiu, que o transporte era um caos e que o mato tomava conta da cidade. E reclamou que a Justiça precisa julgar e condenar os investigados pela Caixa de Pandora.

– Quero dizer que vou resistir. Vou continuar lutando contra esses grupos expulsos da maquina pública pelo povo do DF pelo voto. Esperamos que as apurações que estão em curso sobre Caixa de Pandora possam ser concluídas e divulgadas. Não é possível que ninguém seja preso e continue atuando. É uma verdadeira organização criminosa que continua atuando com todo vigor.

Sobre o aumento do patrimônio – os rendimentos de Agnelo cresceram 12 vezes entre 1998 e 2010 – o governador disse que tem rendimentos suficientes. Ele é médico, casado com uma médica.

– Tenho um passado e uma biografia limpa. Não admito ser medido com a régua medida pelos outros políticos que passaram pelo Distrito Federal.

Agnelo se defendeu das acusações da época que era ministro do Esporte e também de quando era diretor da Anvisa. Disse que nada foi provado contra ele.