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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Graciliano Ramos, 1927

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publicado em 14/06/2022 às 07h00
atualizado em 13/06/2022 às 18h08

     Foi meu pai quem me apresentou a obra de Graciliano Ramos,  (1892-1953) o mais importante ficcionista do Modernismo Brasileiro.  Meu pai já tinha lido Vidas Secas, na década de 1960.

    Quando meu filho nasceu (2001), escrevi um texto e dei o nome de Vidas Cheias. Era uma forma de me sentir mais feliz, com o aparecimento daquela pessoa.

   Assisti um podcast focado na obra de Graciliano Ramos e apareceu lá um comentário de quando ele foi prefeito em Palmeira dos Índios, (1927) Alagoas. O escritor nasceu no município alagoano de Quebrângulo.

      Uma mulher que vendia bananas na cidade teve toda sua mercadoria pisoteada por um homem arrogante. Era domingo. A mulher se dirigiu à casa do prefeito e lhe contou a humilhação e o prejuízo.

     O autor de Memórias do Cárcere, mandou chamar a polícia, que trouxe o sujeito até a casa de Graciliano, que exigiu o ressarcimento. O cara tirou o dinheiro do bolso e disse: “isso aqui que eu tô dando é uma esmola”.

     Graciliano, de personalidade muita ácida, respondeu: “Tudo bem, então. A esmola o senhor dá, agora o prejuízo vai ter que pagar”. E o fez pagar duas vezes. Bravo, Graciliano!

     Isso foi há muitos anos, mas acontece todos os dias, só não temos mais um Graciliano prefeito. O que precisamos para ser felizes?

       Vestido vermelho

      Vi a imagem de uma finalista de uma escola de Arte de Kharkiv, na Ucrânia, em frente do que restou da mesma, no dia em que teria lugar o baile de finalistas com o vestido que então usaria. O vestido vermelho, sangue, misturado aos escombros.

     De quanto precisamos para ser tranquilamente felizes? E existe isso?

     Basta! Desconfio que a palavra bastante, do modo como vem sendo usada, é mentirosa. Ela diz exatamente o contrário daquilo que parece dizer.

     Dizer que alguma coisa é “bastante boa” é um eufemismo para não dizer que ela é ruim. O mesmo com “bastante inteligente”, “gostei bastante” e, principalmente, para a pior de todas as apreciações de alguma coisa: “bastante interessante”. que a vida sempre me proteja de ser “bastante interessante”.

    Afinal, bastante é só o que basta e só o que basta não é bastante. Te dana!

Kapetadas

1 – Não tente agradar a todos você não é uma festa junina.

2 – Começou com a variante gama; aí veio a ômicron; agora, a varíola dos macacos. Os zumbis chegam quando?

3 – Som caixa: “Não fala com pobre/Não dá mão a preto/Não carrega embrulho/Pra que tanta pose, doutor?”, de Billy Blanco

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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