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Ana Karla Lucena  é bacharela em Direito pela Universidade Estadual da Paraíba. Servidora Pública no Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba. Mãe. Mulher. Observadora da vida.

Crianças, Valores, Futuro

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publicado em 06/06/2022 às 07h00
atualizado em 05/06/2022 às 14h04

Sou fascinada por tudo que diz respeito à história da Segunda Guerra. Filmes…livros…fotos…relatos históricos… testemunhos. Os últimos livros que li sobre o tema foram “Os bebês de Auschwitz”, de Wendy Holden, e “Maus”, de Art Spiegelman. Recomendo os dois, pra quem gosta de ler sobre o tema.

Foram 6 anos de devastação, com um saldo de mais de 60 milhões de mortos. Chega-se a falar num total de 85 milhões. Costumo dizer que acredito que tenha sido o ápice da barbárie humana. Algumas coisas, a meu ver, não fizeram sentido. Aconteceram meramente pela crueldade. Transformou pessoas decentes em assassinos, transformou seres humanos em objetos das piores experiências.  Viver com o constante medo da morte, sofrer as mais severas privações, lutar diariamente pela vida, literalmente.

Durante a guerra, muitas crianças precisaram ser escondidas. Algumas, conseguiam se passar por arianas e viviam relativamente livres. Outras, que não sabiam o idioma, ou que “se pareciam com judeus”, escondiam-se em celeiros, em sótãos. Tinham que passar por longos períodos de isolamento, longe dos pais ou de qualquer outro familiar.

Isso me remete aos dias de hoje, ao “tédio” que nossas crianças enfrentaram no isolamento social pandêmico, mesmo com tantos recursos às mãos. Alimentos, vestimentas, equipamentos eletrônicos dos mais variados gostos, e, principalmente, o calor e a proteção da família. O que estamos ensinando aos nossos pequenos? Temos tudo às mãos! Temos um ao outro, por mais que tenha sido difícil o momento. Momento que pode voltar. Afinal, não estamos livres de passar por outros isolamentos. Já fala-se em uma quarta onda de COVID a qual  talvez tenhamos que enfrentar. Vamos aproveitar para ensinar valores. Ensinar a agradecer pelo dia que passou, pelo alimento, pela provisão que não nos deixa. Assim, quem sabe, conseguiremos evitar novos  “holocaustos”?!

A legenda da foto dizia: “garotinho austríaco recebendo novos sapatos durante a Segunda Guerra Mundial”.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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