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Francisco Leite Duarte é Advogado tributarista, Auditor-fiscal da Receita Federal (aposentado), Professor de Direito Tributário e Administrativo na Universidade Estadual da Paraíba, Mestre em Direito econômico, Doutor em direitos humanos e desenvolvimento e Escritor. Foi Prêmio estadual de educação fiscal ( 2019) e Prêmio Nacional de educação fiscal em 2016 e 2019. Tem várias publicações no Direito Tributário, com destaque para o seu Direito Tributário: Teoria e prática (Revista dos tribunais, já na 4 edição). Na Literatura publicou dois romances “A vovó é louca” e “O Pequeno Davi”. Publicou, igualmente, uma coletânea de contos chamada “Crimes de agosto”, um livro de memórias ( “Os longos olhos da espera”), e dois livros de crônicas: “Nos tempos do capitão” …

Farofada em Moscou

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publicado em 18/02/2022 às 07h04

“Comprei um quilo de farinha

Pra fazer farofa

Pra fazer farofa

Pra fazer farofa fa

(…)”

A elite diz que é munganga de pobre. Acho uma delícia! Farinha de mandioca, cebola rocha na graxa de galinha caipira ou pé de porco e pimenta-malagueta, tudo misturado, como na música de Sílvio Brito.

Atesta o Correio Brasiliense que, somente em 2021, as despesas do cartão corporativo da Presidência excederam os R$ 11, 8 milhões, um valor superior em 18,8% do gasto da gestão anterior.

Tudo com farofa, claro! Não acredito que a Pátria Amada Brasil tenha gastado esse dinheirão com floreios culinários importados do céu: manjares, leite das tetas de sete mulheres virgens, mel de abelhas conservadoras, tudo ungido e sacramentado pelos malas-frias da vida. Não. Isso não!

Para ter gasto tanto dinheiro, só pode ter sido com farofa. Tenho prova. Depois que torraram a dinheirama, o poder desandou a comer farofa nas ruas do Distrito Federal. Há prova maior do que essa?

Claro que o dinheiro do cartão corporativo não deu! Tanto é verdade, que o chefe da nação, coitado, teve de deixar o palácio em busca de farofa. Pode não ser a rainha das provas, mas os indícios, o conjunto probatório, tudo leva a essa convicção. O dinheiro do cartão corporativo foi insuficiente, sim.

Não somente provas. Tenho justificativas também. Farofa não é como camarão. Farofa se come como pobre, saboreando cada caroço da farinha, pegando o pezinho da galinha com as mãos, chupando os dedos, esfregando a gordura na roupa, bem diferente de camarão, que deve ser engolido de uma só vez, sem mastigação, nem que as tripas rotas do poder entrem em erupção, com suas lavas incandescentes.

Mas, agora, a coisa é bem mais preocupante. Só mesmo um “Putin”, para obrigar o dono do cercadinho brasileiro a usar máscaras. Isso é sério, tão sério, que até a invasão da Ucrânia ficou em segundo plano. Haverá vingança certamente. Imagino até o tamanho da comilança: as ruas de Moscou invadidas pela farofada tupiniquim. Sei não, viu? Haja cartão corporativo!

@professorchicoleite

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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