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MaisPB Entrevista: Moro diz que eleitor olhava para 2022 como se fosse a um funeral

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publicado em 09/01/2022 às 11h04
atualizado em 09/01/2022 às 08h17
Jornalista Heron Cid, da Rede Mais, durante entrevista com Sergio Moro (Foto: Aloísio Abrantes)

De dono das sentenças mais temida dos políticos até 2018 ao homem mais questionado pelos polos extremos da política brasileira. Em cinco anos, Sergio Fernando Moro, ou simplesmente Sergio Moro, viu a vida mudar de rumo.

Enquanto juiz, foi responsável por decretar prisões de poderosos, a exemplo do ex-presidente Lula (PT). Como ministro, convidado a se retirar de um governo sobre a pecha de traidor.

Hoje, abandona de vez o discurso de que nunca iria concorrer a um cargo eletivo e busca consolidar-se como a chamada terceira via à polarização entre petismo e bolsonarismo, uma disputa que caminha para protagonizar a eleição de outubro.

Promessa de não ser candidato

“Eu fui cobrado por muita gente, como tendo o potencial para romper essa polarização. Estava trabalhado no exterior e observava a situação do Brasil, as pessoas falavam de 2022 não como se tivessem indo para uma eleição, mas sim para o funeral. De que não teria escapatória, ou era Lula, ou era Bolsonaro. Como se a gente tivesse limitado a essa escolha trágica”, afirmou Moro em entrevista ao jornalista Heron Cid, da Rede Mais(confira o vídeo no fim da reportagem). 

O nome do agora filiado ao Podemos é lembrado por parte do eleitorado devido ao trabalho exercido por Sergio no âmbito da Operação Lava Jato. A investigação foi do triunfo para a então oposição ao Partido dos Trabalhadores às derrotas internas no trabalho da Justiça Federal e Ministério Público Federal em Curitiba por parte do Supremo Tribunal Federal. Por decisão do STF, após vazamento de diálogos entre juiz e procuradores, as sentenças foram anuladas. Para Moro, o desfecho já poderia ser previsto.

Sergio Moro durante entrevista ao jornalista Heron Cid, no Portal MaisPB

“A Lava Jato rompeu com a impunidade da grande corrupção. Isso gerou uma séria de adversários. Temos aquele famoso senador investigado por vários escândalos, que disse que todos precisariam ir para cima. Esse movimento já existia. Essa reação viria de qualquer maneira. A minha ida para o governo [Bolsonaro] foi para impedir essa onda. Via a expectativa de ir para Brasília, consolidar essa luta de combate à corrupção e evitar esses retrocessos. Funcionaria se o presidente [Jair Bolsonaro] tivesse mantido a palavra dele, não só para mim. Mas para o brasileiros que apoiaram o combate à corrupção”, historiou.

Polarização extrema

Esses dois episódios – condenações a filiados ao Partido dos Trabalhadores e rompimento com Bolsonaro – colocaram Moro como centro de artilharia por campos distintos da vida pública. Se para o PT, o ex-juiz é um “magistrado criminoso”, para os bolsonaristas ele é um aliado “traidor”.

“Eles têm medo de pessoas que têm a capacidade de romper essa polarização, essa polarização trata todos os brasileiros como crianças, impede que possamos discutir juntos a racionalidade, os nossos problemas, tudo é colocado em função dessa polarização. Os brasileiros são melhores do que isso. Estamos no mesmo país, temos que discutir isso junto. O que gente que fazer é ao invés de estar discutindo bobagens, Lula, Bolsonaro… a gente tem que discutir qual a política de saúde, qual a política de educação, que tipo de educação, que tipo de escola pública você quer para os seus filhos”, reagiu o ex-ministro.

Acusações e questionamentos éticos

Bobagem. Esse também é o termo usado por Sergio quando questionado pela Rede Mais sobre um processo no Tribunal de Contas da União (TCU). A Corte de Contas determinou que a Alvarez & Marsal deve revelar quanto pagou ao ex-juiz Sergio Moro depois que ele deixou a empresa.

“Uma bobagem, uma mentira. Eu tenho um passado ilibado. Como não tem o que falar de mim, ficam inventando essas histórias. As pessoas sabem da minha verdade, do meu comprometimento”, argumentou.

Confira a entrevista completa:

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