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Francisco Leite Duarte é Advogado tributarista, Auditor-fiscal da Receita Federal (aposentado), Professor de Direito Tributário e Administrativo na Universidade Estadual da Paraíba, Mestre em Direito econômico, Doutor em direitos humanos e desenvolvimento e Escritor. Foi Prêmio estadual de educação fiscal ( 2019) e Prêmio Nacional de educação fiscal em 2016 e 2019. Tem várias publicações no Direito Tributário, com destaque para o seu Direito Tributário: Teoria e prática (Revista dos tribunais, já na 4 edição). Na Literatura publicou dois romances “A vovó é louca” e “O Pequeno Davi”. Publicou, igualmente, uma coletânea de contos chamada “Crimes de agosto”, um livro de memórias ( “Os longos olhos da espera”), e dois livros de crônicas: “Nos tempos do capitão” …

Rubacão, esse manjar dos céus.

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publicado em 12/11/2021 às 07h09

Não falo para quem não tolera a ciência, subverte a lógica e mente sem eira nem beira. O que agora digo é sério, vivido e sentido nas dobras da natureza das coisas e das sutilezas mais profundas das galáxias. No entanto, se essa gente do poder negar as minhas evidências, eu os perdoo. Já fizeram coisa bem pior. Que diga o Brasil! Disso, nunca serão perdoados.

Mas, vamos ao que interessa! O fato é que, após a criação do mundo, no oitavo dia, quase exausto, Deus sentiu fome. Sim, de comida mesmo. Pôs-se, então, a pensar, com sua mente gigantesca, no que poderia agradar aos desejos da sua bocarra, que era do tamanho da Via Láctea. Queria algo diferente. Estava cansado de comer manjás do céu, todos com gosto de gelo e de neve branquinha. Um horror!

Para satisfazer esse desejo mundano, penetrou seu olhar onisciente por todos os fractais do passado e do presente e estendeu sua busca para as potencialidades das culinárias do futuro. Nada agradou às barbas brancas do Senhor, nem ao seu paladar, mas não desistiu. Então, pôs-se a fazer uma lambedura por toda a vastidão do universo, em busca de sabores indescritíveis, únicos e passíveis de agradar as suas papilas gustativas, que eram muito exigentes e elitistas.

Depois de muita procura, quando já recolhia, para dentro de sua mente, as eloquências do sexto pecado capital, espantou-se com o que viu em uma casinha simples do sertão da Paraíba: baião-de-dois temperado com pimenta-de-cheiro e dois ovos estrelados. Achou esquisita a mistura, mas comeu, que se lambuzou e ainda lambeu os dedos!

Juro! Dentre tantas possibilidades de sabores espalhadas pela vastidão do cosmo, Deus matou a ígnea e abrasiva fome com rubacão. E tem mais! Ficou viciado. Dias desses, Ele exagerou: compareceu para a comilança com todos os santos do céu. Foi um Deus nos acuda. Até cachaça com tripa assada na brasa saiu na casa de Seu João e de Dona Maria. Agora, vocês me digam: um negacionista acredita nisso? São doidos, são doidos…

@professorchicoleite

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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