João Pessoa, 09 de setembro de 2012 |   --ºC / --ºC   
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A proposta do senador Cícero Lucena (PSDB), que disputa a prefeitura de João Pessoa, de distribuir tablets para o alunado da rede municipal de ensino, caso ele seja eleito, foi lembrada neste domingo (9) em uma matéria do site da Folha de São Paulo.
A matéria da Folha.com registra que a proposta de distribuição do equipamento também não uma sugestão apenas do tucano da Paraíba e tem sido debatida em outros estados por quem concorre a eleição para o Paço Municipal, como Porto Alegre (RS), Teresina (PI), Recife (PE) e Ribeirão Preto (SP).
Ainda de acordo com a matéria da Folha, as propostas de distribuição de equipamentos para as escolas sofre críticas de especialistas que entendem as promessas como "factóides".
Confira trecho da matéria postada no site
Após a onda de promessas de instalação de sistemas de internet sem fio na campanha municipal de 2008, candidatos a prefeito de grandes cidades estão agora prometendo a compra de tablets para alunos e professores da rede pública.
Na esteira do anúncio feito pelo Ministério da Educação da aquisição de 900 mil aparelhos para escolas, eles dizem que é possível disseminar o uso do equipamento para melhorar a aprendizagem.
Em Porto Alegre, o assunto já figurou até em debate na TV. Manuela D’Ávila (PC do B), uma das líderes na disputa eleitoral na cidade, é defensora da ideia e reclamou que houve uma reação "jocosa" de outros candidatos.
Em capitais como Teresina e Recife, e em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), o tema também está na pauta eleitoral. Um dos argumentos de políticos como o tucano Cícero Lucena, de João Pessoa, é que, com a digitalização dos livros, haveria economia.
Na capital pernambucana, Geraldo Julio (PSB) divulga seu plano de distribuir tablets a todos os 70 mil alunos do ensino fundamental.
O MEC já comprou neste ano 410 mil aparelhos, em um investimento de R$ 330 milhões. Eles serão entregues a escolas de ensino médio de Estados cadastrados em um projeto do ministério. No início, só professores receberão os equipamentos. O custo por unidade variou de R$ 279 a R$ 462.
INCERTEZA
A viabilidade e o custo-benefício dos projetos envolvendo tablets são alvo de críticas de especialistas em educação.
O professor da USP José Marcelino de Rezende Pinto, que pesquisa políticas públicas para o setor, diz que as promessas são "factoides".
Para ele, entregar tablets para professores pode ser válido, mas é preciso priorizar a estruturação das bibliotecas da rede de ensino, que não oferecem o mínimo aos alunos.
"Infelizmente, a lógica dos candidatos é achar uma marca para ver se, com aquilo, ‘cola’ no eleitor. E a educação não pode depender disso."
O economista Gustavo Ioschpe diz que há um "claro viés eleitoreiro" em prometer um bem de consumo para a população. Também considera improvável que se gaste menos dinheiro público com tablets do que com o material didático convencional.
O candidato tucano de Teresina, Firmino Filho, diz que as críticas são "conservadoras". Ele afirma que não há como ter certeza do retorno, mas "é preciso ousar".
"Em cinco anos a escola particular estará toda informatizada, com quadro eletrônico. E a pública ainda no giz e no papel. Não faz sentido."
MaisPB
com Folha.com
 "INCLUSÃO DIGITAL" - 03/11/2025