João Pessoa, 04 de outubro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Os sete candidatos a prefeito de João Pessoa e a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Paraíba (OAB-PB), através da sua Comissão de Combate à Violência, formalizaram pacto de intenções para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas ao combate as drogas e a extrema violência na Capital. Na oportunidade, foi elaborada uma carta-proposta contendo ações efetivas para reduzir a criminalidade. A solenidade ocorreu no final da tarde desta quarta-feira (3), no auditório ‘Advogado João Santa Cruz, na sede da OAB-PB.
De acordo com o presidente da instituição, Odon Bezerra, a partir de agora, caberá aos candidatos assumirem o compromisso firmado nos seus planos de governo, relativo a políticas eficazes de segurança pública e combate as drogas. “Precisamos acordar a sociedade para essa questão. O momento é propício, já que estamos às vésperas da eleição, quando todos os sete candidatos apresentaram propostas contra a violência. A OAB, através da nossa comissão especial, tomou conhecimento antecipado dessas propostas e vem contribuindo com essa questão, buscando solução, e tentando mostrar caminhos para que a sociedade possa combater esse grave problema, principalmente no tocante ao tráfico de drogas, que é hoje a mola propulsora da violência em João Pessoa”, comentou Odon Bezerra.
Ainda segundo Odon Bezerra, ações simples propostas por alguns candidatos como a criação da Polícia Metropolitana armada e a iluminação do Parque Solon de Lucena, no Centro, entre outros pontos escuros da cidade onde o tráfico de drogas se prolifera, podem fazer a diferença. Além disso, ele afirmou que o Governo do Estado e o Governo Federal – responsáveis pela gestão das forças de segurança – terão que agir como parceiros na concretização desse pacto de combate a violência.
Estatísticas alarmantes
Durante o evento, o presidente da Comissão de Combate à Violência da OAB-PB, Paulo Freire, explanou sobre a importância do pacto para combater o crescimento da violência em toda região metropolitana de João Pessoa. Ele apresentou dados estatísticos e vídeos relativos aos índices de criminalidade no Estado.
Para se ter uma ideia do crescimento da violência, o índice de homicídios em João Pessoa aumentou em torno de 130%, em apenas uma década. De acordo com os dados da Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social, foram registradas 507 mortes no ano de 2000, enquanto que em 2011, 1.680 pessoas morreram vítimas de extrema violência que assolou a Capital. Os números representam um crescimento de 1.175 execuções se comparado um ano ao outro.
Além disso, o Mapa da Violência 2012 apontou João Pessoa como a terceira capital mais violenta do País. A taxa de homicídios entre crianças e adolescentes de até 19 anos aumentou 140%, em uma década. Em números reais, o número de mortes nesta faixa etária, saltou de 55 casos em 2000 para 132 no ano de 2010. Em 2000, João Pessoa ocupava a nona posição neste ranking, com 23,8 homicídios de pessoas com idade até 19 anos. Recife (PE) conseguiu reduzir em 32, 2% em dez anos.
Candidatos aprovam a iniciativa
Assinaram o pacto de combate a violência os candidatos a prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PSDB), Renan Palmeira (Psol), Lourdes Sarmento (PCO) e Antônio Radical (PSTU). Os outros candidatos enviaram representantes, a exemplo de Estela Bezerra, que foi representada pelo candidato a vice-prefeito, Efraim Filho (DEM). Já o deputado estadual e coordenador da campanha do PT na Capital, Anísio Maia, representou o candidato petista Luciano Cartaxo e o vereador e candidato a vice-prefeito, Tavinho Santos (PTB), representou o ex-governador e também candidato José Maranhão (PMDB).
A candidata Lourdes Sarmentos destacou a iniciativa da OAB-PB e frisou que os candidatos precisam levar os pactos sociais a sério após eleitos. “Estamos aqui para discutir um assunto sério e não é para fazer campanha eleitoral. Todos nós candidatos precisamos cumprir aquilo que assinamos, principalmente quando se firma um pacto perante uma instituição séria como a OAB. A segurança só se combate com políticas públicas de educação, incentivo a inclusão social e respeito ao cidadão”, pontuou.
O candidato Cícero Lucena argumentou que a questão do combate a violência é da esfera do Estado e da União, mas devido a crise e a falta de cuidado por parte do Poder Público, as gestões municipais tem a obrigação de se empenhar para tentar amenizar o problema. “Isso interessa a vida dos moradores da nossa cidade, por isso nós vamos dotar a nossa Guarda Municipal de uma estrutura tecnológica, com câmeras de monitoramento, localizadores de disparo, além de promover a capacitação desses servidores. É de extrema necessidade que o futuro prefeito possa cuidar da vida dessas pessoas”, comentou Cícero.
Já o candidato a prefeito Renan Palmeira destacou que vai investir na segurança preventiva, realizada através de ações de diálogo, sem truculência. “Em nossa administração nós iremos avançar muito na área de segurança, principalmente na concepção da segurança preventiva e educativa, que são aqueles métodos que buscam humanizar a sociedade. Eu não acredito que violência deva ser combatida com violência. É preciso avançar mais nessa área”, disse.
Por fim, Efraim Filho, que além de candidato a vice-prefeito é deputado federal e presidente da Comissão de Segurança Pública na Câmara dos Deputados, argumentou que é preciso investir em ações eficazes com o intuito de promover a paz social. “O gestor do município tem que chamar para si a responsabilidade de também contribuir com essa tarefa e não depositá-la, de forma irresponsável, nos ombros da Polícia Militar ou da União Federal. O município tem que investir na qualificação da guarda municipal, que hoje apenas exerce a função de resguardar os prédios públicos”, comentou.
Assessoria de imprensa
LEGISLATIVO MUNICIPAL - 09/09/2025