João Pessoa, 11 de junho de 2021 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Eu não acreditei no que expressara o noticiário desta quinta feira, dia 10, segundo o qual o presidente Bolsonaro, diante de apoiadores, afirmara que conversou com “um tal Queiroga, nosso ministro da saúde”, para “ultimar” um parecer visando desobrigar o uso de máscara (a de proteção contra a covid), uso este exigido em lei obviamente ainda vigente e que foi sancionada pelo próprio 1º mandatário da nação, Jair Messias Bolsonaro.
Não! Eu não acreditei! Nem em relação à pretensa desobrigação, muito menos quanto a que o presidente tenha se referido ao ministro da saúde, também presidente licenciado da Sociedade Brasileira de Cardiologia, chamando-o de “um tal Queiroga”.
Eu pensara ser “fake news”. E não era.
Entretanto, quanto a “um tal Queiroga” que o presidente Bolsonaro parece considerar igual àquele ex-ministro que disse que sua função deveria ser exercida sob a égide da expressão de que “é simples assim: um manda e o outro obedece”, os paraibanos não acreditamos que o conterrâneo Marcelo Queiroga seja desse mesmo time.
E agora um “sim”, embora misturado a um “não”: – sim, o conterrâneo Marcelo Queiroga não é desses “profissionais” que a tudo se submete para manter-se na função de ministro! Todos os paraibanos acreditamos na honradez de Marcelo Queiroga, não só por sua origem familiar, mas, especialmente, por sua própria história.
Os paraibanos temos aplaudido a dedicação e o desempenho de Marcelo Queiroga como ministro da saúde, inclusive quanto a enfatizar que vivemos em um sistema presidencialista para justificar ser normal que um nome, por ele escolhido com rigor técnico e com muita esperança de importante contribuição ao seu ministério, não tenha tido o aval político do Governo, por isto desconvidado para a missão que o ministro pensara.
Nas declarações, veiculadas à noite da mesma quinta feira, nosso conterrâneo Marcelo Queiroga observa que o presidente Bolsonaro solicitara-lhe um estudo para avaliar a pertinência da desobrigação do uso de máscara por determinados segmentos, cuja ocorrência seria para “futuro”, quando o país estiver mais avançado na vacinação contra a covid.
Todavia, bem se atentando às palavras do presidente Bolsonaro, não foi isto que ele, o presidente, teria transmitido ao ministro Queiroga, não! Ele, Bolsonaro, declarou que sua recomendação foi no sentido de “ultimar” um parecer visando desobrigar o uso da máscara. E foi aplaudido “pela galera” que o assistia, inclusive ao dizer que a máscara é um símbolo… símbolo… que não é: – é um instrumento para proteção contra a covid.
Nossa esperança, confiança até, é a de que o conterrâneo Marcelo Queiroga jamais concorde com o dizer de Eduardo Pazuello, o dizer de que “é simples assim: um manda e o outro obedece”. E como ele, Queiroga, tem repetido que aceitou a missão de ministro para contribuir com o seu (e nosso) país, ele – Queiroga – também sabe que em uma missão dessa grandeza não deve, nem pode, executar o que sua própria consciência aponta como incorreto. Isto seria uma descaracterização e desmonte de toda sua história técnico-científica.
Podcast da Rede Mais - 23/04/2024