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Justiça determina prisão de frei, caso vídeo não seja retirado da internet

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publicado em 29/10/2012 ás 15h23

Um juiz da comarca de Unaí, no Noroeste de Minas Gerais, pediu a prisão em flagrante de um frei carmelita de Belo Horizonte e de representantes do Google no Brasil por não terem retirado da internet um vídeo em que há acusações de que o feijão produzido na cidade contém agrotóxicos.

A decisão foi publicada no último dia 22 e o prazo dado para a prisão termina às 18h desta segunda-feira (29). O advogado do frei já entrou com um pedido de habeas corpus preventivo para tentar evitar a prisão.

O vídeo foi publicado no site "Youtube" em janeiro deste ano pelo frei Gilvander Luís Moreira, que é pároco da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, no bairro do Carmo, região centro-sul da capital. Ele também é membro do Conselho Estadual de Direitos Humanos e militante da causa.

A gravação, feita com o celular do frei, mostra uma funcionária de uma escola municipal de Arinos, cidade vizinha de Unaí, dizendo que o feijão da marca Unaí está comprometido por agrotóxicos.

"Quando as serventes estavam cozinhando, veio uma catinga muito forte. Quando a gente foi olhar, era o cheiro do veneno, tivemos que jogar mais de 30 kg fora porque não tinha condições de ser consumido. Até mesmo na casa da gente quando a gente vai cozinhar, o cheiro está forte do veneno. Tem que deixar de molho um dia antes pra conseguir comer", disse a mulher, identificada apenas como Edivânia.

A Torrefação e Moagem Unaí, dona da marca do feijão citado no vídeo, entrou na Justiça por difamação, contra o frei e o Google, pedindo a retirada do vídeo.

O juiz Raphael Moreira decidiu, em liminar, aceitar o pedido, dizendo que "o direito de liberdade de imprensa não pode ser exercido ilimitadamente". Na decisão, o juiz também proibiu que o frei Gilvander colocasse o vídeo em qualquer outro site.

Houve uma audiência de conciliação, na qual o Google defendeu a permanência do vídeo, dizendo que não havia nada de ilícito nele. O juiz rejeitou o pedido de reconsideração feito pelo Google, dizendo que "não se pode veicular tão grave afirmação sem o mínimo embasamento técnico, apenas com base nas convicções pessoais de um consumidor". E, em decisão de setembro, determinou que a empresa retirasse o vídeo do ar em até 24 horas, sob pena de pagar multa diária no valor de R$ 5 mil, "em razão da elevada capacidade financeira do Google Brasil".

O vídeo não foi retirado e, por isso, o juiz determinou mais uma vez que ele saísse do ar em até cinco dias, sob pena de prisão em flagrante dos representantes legais do Google no Brasil e também do frei Gilvander.

G1

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