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Francisco Leite Duarte é Advogado tributarista, Auditor-fiscal da Receita Federal (aposentado), Professor de Direito Tributário e Administrativo na Universidade Estadual da Paraíba, Mestre em Direito econômico, Doutor em direitos humanos e desenvolvimento e Escritor. Foi Prêmio estadual de educação fiscal ( 2019) e Prêmio Nacional de educação fiscal em 2016 e 2019. Tem várias publicações no Direito Tributário, com destaque para o seu Direito Tributário: Teoria e prática (Revista dos tribunais, já na 4 edição). Na Literatura publicou dois romances “A vovó é louca” e “O Pequeno Davi”. Publicou, igualmente, uma coletânea de contos chamada “Crimes de agosto”, um livro de memórias ( “Os longos olhos da espera”), e dois livros de crônicas: “Nos tempos do capitão” …

Dúvidas do amor

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publicado em 12/03/2021 às 06h21

Naquele dia, o Sol estava preguiçoso. O bem-te-vi também. As nuvens estavam rasgadas no céu, que nascera azulzinho, azulzinho. Ao longe, repousava, num galho de angico, dois papas-sebo, olhos remelentos e bicos famintos. Embaixo da árvore vetusta, dois jovens amantes não tinham o que fazer. O arco-íris (foto) que se formou de repente acordou uma reclamação antiga e lhes deu a preocupação do amor:

— Que tu queres de mim agora? A alma?

— Que pergunta?! Levaste contigo no dia em que teu sorriso largo caiu nos meus olhos como se fosse um riachinho de estrelas.

— Ah! Entendi. E o corpo? Ah! O corpo foi corrompido por dentro dos teus beijos quentes, língua voluptuosa e tênue, deslizando sobre os meus pelos intumescidos.

— A riqueza?

— Ahhhh! Tenho o vento dentro dos meus bolsos, tilintando o nada com gosto e desgosto ao mesmo tempo.

— Teu sexo, então…

— Diz-me: Foi o jeito matreiro de te amar?

— Que nada! Como podes dizer que amas tanto alguém assim, se tua mente não desconfia das provas e das silhuetas do amor?

— É mesmo? Como assim? Será que te amo mesmo? Que achas? Vives sem mim?

— Sim!

— Vives sem mim? Covarde! E aquele beijo que disseste ser a prova do teu amor? Não deverias ter dito monta de tal naipe e dor.

— Pediste…

— Não, eu não pedi. Eu só queria uma prova simples.

Silêncio…

— Isso é pedir demais?

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