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Marcos Pires é advogado, contador de causos e criador do Bloco Baratona. E-mail: [email protected]

O motorista imbecil

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publicado em 06/02/2021 às 08h37

Com a mais absoluta certeza os leitores já se depararam com ele. Utiliza seu carro como um instrumento de vingança, humilhação, com vontade de mostrar a todos os outros motoristas que é melhor, mais rápido. Quando ele é ultrapassado ou mesmo quando o carro ao lado sai à sua frente logo depois que o sinal abriu, toma o fato como um insulto pessoal. Parte para o confronto. Acelera e ao ultrapassar o “inimigo” liga a sinaleira abruptamente só para justificar a fechada que se segue a essa ultrapassagem. Comportamento muito comum do motorista imbecil é emparelhar o carro dele ao seu quando o trânsito está lento e, mesmo sabendo que sua seta já estava ligada demonstrando a vontade de mudar de faixa, não permitir esse movimento.

Esse motorista imbecil gosta especialmente de confrontar ônibus e caminhões, certo de que os pobres condutores dos veículos maiores, por serem humildes empregados de grandes empresas, não irão revidar seus ataques com medo de perderem seus empregos.

Coitado daquele que tiver a infelicidade de amassar o automóvel do motorista imbecil. Por um simples arranhão é passível de levar uma porrada desferida com o auxílio de um taco de beisebol, esporte que o tal imbecil obviamente não pratica, mas carrega esse taco no porta malas do carro, marca registrada de quase todo motorista imbecil.

Eu já vi um motorista imbecil perseguir um fusca antigo (foto) que lhe dera uma fechada involuntária para somente após alcançar a fubica verificar que era dirigida por uma velhinha muito simpática e cangueira. Esse mesmo imbecil em outra ocasião desceu do seu veículo só de short para enfrentar três passageiros de um outro automóvel por um motivo absolutamente banal. A sorte de todos é que o sinal abriu e o condutor do outro carro teve que seguir caminho, porque com certeza naquela ocasião uma merda grande iria ocorrer.

O motorista imbecil das histórias que narrei era eu.

Não agradeço a Deus somente o fato de ter escapado dessas e de muitas outras absurdas situações, quase todas testemunhadas por mãe Leca. Agradeço principalmente a Deus por ter me modificado.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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