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“Prefeitos”: entre a vontade e a capacidade de fazer (II)

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publicado em 27/10/2020 às 11h05

Em meados deste mês foi aqui publicada a primeira parte deste texto. E ali já ficou claro que assimilo como real a vontade de cada candidato a prefeito quanto a querer, mesmo, fazer de seu município uma cidade propiciadora de boa qualidade de vida não só para turistas, mas, especialmente, para toda a população nela residente.

Disse também, porém, que na manifestação dessa vontade pessoal, os mesmos candidatos a prefeito não têm bem avaliado a real situação econômico-financeira do município, muito menos explicitado como fazer para obterem as condições que lhes permitam realizar os benefícios contidos nas propostas levadas a efeito durante a presente campanha eleitoral.

Um exemplo dessa falta do “como fazer” está relacionado ao transporte coletivo urbano, em relação ao qual todos os candidatos têm prometido melhorias bem significativas, inclusive de congelamento de tarifa pelos próximos quatro anos! E assim anunciam sem esclarecer o “como fazer”: a Prefeitura vai subsidiar?!… Os candidatos conhecem (eis mais um exemplo) que o bem referenciado transporte coletivo de Curitiba conta com um substancial subsídio financeiro governamental?!… Sabem que neste tempo de pandemia, em razão dos ônibus parados, a Prefeitura curitibana até aumentou esse subsídio?!…

Ainda sobre o transporte coletivo, um candidato a prefeito declarou que “se em São Paulo a passagem do ônibus é só R$ 4,40, por que aqui não pode ser menor que a atualmente cobrada?!… E cabe, aqui, um esclarecimento a esse candidato: – cada passageiro, realmente, em São Paulo, sem direito a integração, paga R$ 4,40, mas, em razão dessa mesma passagem, a Prefeitura paulistana banca mais (+) R$ 2,24,  o  que quer dizer que o valor técnico da tarifa fica em R$ 6,64 (seis reais e sessenta e quatro centavos). E vale repetir: sem direito a integração! Quando o passageiro pretende usufruir da integração, o valor da passagem é maior, variável conforme o tipo de integração.

Também tem candidato que promete instalar ar condicionado em toda a frota do transporte coletivo. Ele sabe que, conforme estudo feito por órgão técnico da Prefeitura de Curitiba, o ar condicionado aumenta o consumo do óleo diesel em 25%?!… A Prefeitura subsidiará esse custo adicional?!… (Parênteses: João Pessoa já contou com uma frota especial do transporte coletivo com ar condicionado: os veículos, tipo micro-ônibus. denominavam-se “ligeirinhos”; a tarifa, entretanto, era diferenciada: à época uns 20 centavos a mais, sem direito nem a gratuidade nem a meia-passagem). Quanto à empresa Setusa, que o Estado criou para “moldar” as empresas privadas e foi inaugurada com 50 ônibus “zero quilômetro”, faliu… Por que?!…

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