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Professora Emérita da UFPB e membro da Academia Feminina de Letras e Artes da Paraíba (AFLAP]. E-mail: [email protected]

O aluno inesquecível

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publicado em 15/10/2020 às 08h11

Há alunos, para nós docentes, que nunca esquecemos. Isto por vários motivos: são estudiosos, inquiridores, não se conformam com uma única resposta, sempre trazem para a sala de aula assuntos que enriquecem os conteúdos trabalhados, estabelecendo a ponte deles com sua realidade contextual. Tornam-se vivos e significativos. Hoje, Magno constitui-se meu amigo. Possui curso superior em informática. Sempre me presta assessoria nesse campo. Além de ser especialista em teologia. Fazia quase um ano que nós não nos falávamos. Na pandemia, creio por dispor de mais tempo, ligou-me para analisar vários aspectos dos fenômenos que estão acontecendo, para saber o que penso sobre eles.

O primeiro deles é Bill Gates, (foto) o chamado “profeta do mundo moderno”, que, em 1999, publicou um livro de orientações como empresas devem lidar com seus negócios. Nos anos 2000. Indicava a ascensão de redes sociais, serviços de streaming e dispositivos portáteis capazes de interagir com a internet. Previu a pandemia em 2015. O mundo enfrenta hoje um “Ted Talk,” através de palestras motivacionais. Como fundador da Microsoft, falou, em conferência, sobre medidas que deveriam ser tomadas no combate ao novo coronavírus. Uma apresentação feita há cinco anos mostra Gates criando um cenário potencial que ressaltava o quão despreparado o mundo estaria para lidar com um surto de uma doença altamente contagiosa como a covid-19. Afirmou: o maior risco para a civilização é uma pandemia. Com base em estudos, dados e tabelas, os profissionais relembram diversas crises mundiais, como a peste negra, no século XIV, a crise da H1N1, em 2009, e o recente surto do SARS.

O sétimo episódio da segunda temporada da produção da Netflix também previu o que está acontecendo hoje e chamou de “A próxima Pandemia”. Lançado no dia 7 de novembro de 2019, reuniu especialistas para a trajetória da humanidade em relação aos surtos de doenças. Nesse filme explica como os vírus se reproduzem no corpo, como se mutam com outros vírus e como podem ser facilmente transmitidos em lugares públicos ou até mesmo dentro da própria casa. Concluiu que o surto da doença seria global e se propagaria rápido e provavelmente viria da Ásia. Conversamos muito, eu e Magno, sobre essas previsões e ocorrências acontecidas nesse momento.

Outro com quem estamos sempre conversando é Alexandro. Foi o aluno nota 10 do início ao fim da disciplina Didática. Hoje, para orgulho nosso e da UFPB, onde fez suas duas graduações em psicologia e administração, encontra-se como professor concursado em uma Universidade Europeia, atuando na área de Ciências Humanas – psicologia/psicologia social do consumidor. Fala fluentemente inglês e espanhol. É doutor em Psicologia pela UFPB e Pós- doutor pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC, como bolsista da CAPES. Complementa sua formação com cursos rápidos realizados em vários países como Portugal, Espanha, Bélgica, Inglaterra e República Tcheca. É notabilizado pela genuinidade e inovações cientificas na área de psicologia. Em seus projetos de pesquisa sempre lembra de incluir meu nome como investigada. Nestes tempos do corona vírus colaborei em uma pesquisa internacional de sua Universidade que o tem como coordenador, respondendo a questionário que tinha por enfoque o pânico e o medo, manifestações observadas em todo o planeta. Originou um artigo premiado por revista internacional. Apesar de jovem, detém um currículo vastíssimo. Atuou como expositor, conferencista e moderador em vários congressos e eventos nacionais e internacionais. É pesquisador, dirigente e coordenador de inúmeros trabalhos científicos e artigos publicados em anais de congressos. É professor laureado como melhor docente do curso de graduação e pós-graduação da Universidade. É orientador, examinador em bancas nacionais e internacionais, onde sua participação dá status cientifico e relevância ao trabalho apresentado.

Na verdade, tornamo-nos amigos graças à tecnologia do iPhone e do smartphone. Isto jamais poderia ser feito no passado. O ritmo dos avanços não para. Como docente é sempre gratificante estarmos em contato com ex-alunos e poder acompanhar seu sucesso e saber que colocamos um tijolinho na escalada de suas vidas. É quando realmente recebemos a avaliação de nosso desempenho. Parabéns! Aos alunos inesquecíveis.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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