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REAÇÃO

Sobrevivente de incêndio é internada com sintoma de pneumonia

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publicado em 28/01/2013 ás 16h04

 Uma das funcionárias da danceteria Kiss, Ingrid Preigschadt Goldani, que estava no local durante o incêndio que matou mais de 230 pessoas na madrugada do último domingo (27), foi hospitalizada em Porto Alegre e médicos a induziram ao coma com suspeita de pneumonia, de acordo com o pai da vítima, Flávio Goldani.
Ele afirmou ao G1 que Ingrid havia escapado sem ferimentos do incêndio, mas se sentiu mal na tarde de domingo, com sintomas de irritação na garganta.

Ela procurou o serviço médico de Santa Maria, que a encaminhou para a capital gaúcha. “A suspeita é que seja pneumonia, mas ela está bem, sem febre. Ela foi colocada em coma induzido porque eles [os médicos] viram que os pulmões estavam com algumas ‘coisas pretas’. Daí pegaram e a sedaram para que o pulmão dela fique melhor”, disse Goldani, referindo-se a partículas tóxicas da fumaça que podem ter sido aspiradas por Ingrid.

Segundo Goldani, a vítima partiu de Santa Maria no início da madrugada desta segunda-feira (28), com outros jovens que também estavam na boate de Santa Maria, em um voo para Porto Alegre. Ingrid está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Grupo Hospitalar Conceição.

Sobreviventes devem ficar atentos

De acordo com médicos ouvidos pelo G1, mesmo pessoas que não precisaram ser internadas após o incêndio — ou seja, sobreviventes da tragédia que estavam na boate e aqueles que auxiliaram no resgate — podem desenvolver doenças respiratórias graves dias após o incidente.

O pneumologista José Eduardo Afonso Junior, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, disse que a fumaça aspirada pelas vítimas do incêndio da boate Kiss deveria conter substâncias tóxicas liberadas devido à queima de materiais inflamáveis, como a espuma do isolamento acústico presente no teto do estabelecimento, atingida por faíscas de efeitos pirotécnicos segundo relatos de testemunhas.

A combinação da fumaça com o calor proveniente das chamas causa danos diretos ao sistema respiratório, podendo provocar o óbito de quem estiver em um ambiente fechado.

O pneumologista explica que é necessário observar pelos próximos dias a ocorrência de sintomas como falta de ar, chiado no peito, febre, tontura ou enjoo em pessoas que estiveram dentro da boate ou trabalharam no resgate das vítimas.

Isso pode ser indício de uma possível intoxicação por substância química, que deve ser tratada com atendimento médico. A fumaça quente pode causar uma inflamação que não é reversível, uma lesão que lembra muito uma queimadura de pele.

A pessoa que respirar o ar contaminado pode desenvolver uma bronquite ou ainda ter sequela para o resto da vida se o pulmão for afetado em um percentual acima de 50%, necessitando de tratamento com oxigênio por um bom tempo. Além disso, as vítimas podem desenvolver, em até cinco dias, doenças perigosas como a pneumonia.

G1

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