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ITÁLIA

Centro-esquerda e partido de Berlusconi disputam liderança

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publicado em 25/02/2013 ás 15h28

A coalizão do Partido Democrata, liderado por Pier Luigi Bersani, e o grupo do Povo da Liberdade, do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, disputam a maioria na Câmara e no Senado nos primeiros dados da apuração dos votos da eleição parlamentar na Itália.

As primeiras projeções apontam vitória de Berlusconi no Senado, mas domínio de Bersani na Câmara. Já os resultados iniciais da apuração mostram liderança da centro-esquerda nas duas casas, embora a contagem dos votos ainda esteja no início.

No Senado, onde a apuração está em 31%, a centro-esquerda lidera com 33,42%, contra 28,3% de Berlusconi. Os resultados, ainda que preliminares, confirmam as pesquisas de boca de urna e contradizem as projeções da rede de televisão RAI, em que a coalizão de Berlusconi lidera (31,3% contra 30,1%).

As estimativas do canal estatal, no entanto, dão vitória para Bersani na Câmara, conseguindo entre 35% e 37% das cadeiras, seis pontos a mais que a centro-direita (entre 29% e 31%). No caso da Câmara baixa do Parlamento, a apuração ainda está em 5%.

O terceiro lugar nas projeções e nos resultados iniciais é do Movimento Cinco Estrelas, do ex-comediante Pepe Grillo. O partido do ator obteve 24,6% no Senado e entre 19% e 21% da Câmara nas projeções da RAI. Nos primeiros números do Senado, o grupo conseguiu 24,33% dos votos.

O atual primeiro-ministro Mario Monti está em quarto lugar, com seu partido de centro, com 9,22% dos votos contados no Senado, próximo às projeções, que são de 9,4%. Na Câmara, a RAI prevê uma participação entre 8% e 10%.

TEMOR

As oscilações nos resultados eleitorais estão provocando altas e baixas no mercado financeiro, que teme a entrada de Berlusconi no governo. Para os economistas e investidores, ele é o principal responsável pelo aumento da dívida pública italiana, que está em 120% neste ano, a causa da crise financeira no país.

O índice europeu FTSEurofirst subia a 0,5% com a boca de urna que apontava a liderança de Bersani e passou a baixa de 0,1% com a projeção de Berlusconi. A bolsa de Milão fechou com alta de 0,73%, após chegar a subir 4% durante a manhã.

Em forte crise devido ao aumento da dívida pública, a Itália precisa retomar o crescimento, revisar o sistema fiscal e reduzir a dívida. O atual chefe de governo, Mario Monti, aplicou parte da receita, que é defendida pela União Europeia, o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o BCE (Banco Central Europeu).

Devido às dificuldades econômicas, o desemprego está em 11%, mas com índice de 36% entre os jovens. A contração econômica no ano passado foi de 2,1% e deverá ser de 1% neste ano. Para tentar lidar com as dificuldades, Monti fez um programa de cortes e aumentos de impostos, que gerou críticas da população.

Com a renúncia do atual premiê, em dezembro, aumentou a preocupação com a possibilidade de volta de Silvio Berlusconi, apesar de todos os escândalos e processos judiciais que sofre.

Além de ser réu em processos financeiros e sobre as festas "bunga bunga", ele é visto como o principal responsável pela crise financeira no país.

O temor de que a entrada do ex-premiê agrave a situação financeira ajudou a centro-esquerda, liderada por Bersani, e também o candidato Beppe Grillo, ex-comediante que é considerado uma surpresa eleitoral.

Folha.com

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