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Fotos mostram entrega de propina para Santiago

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publicado em 21/12/2019 às 18h56
atualizado em 22/12/2019 às 05h46

As investigações no âmbito da Operação Pés de Barro, deflagrada neste sábado (21) pela Polícia Federal, apontam que o deputado federal Wilson Santiago (PTB) recebeu R$ 30 mil de uma mulher não identificada pelos investigadores. 

De acordo com o processo, que o Portal MaisPB teve acesso, Edilson e uma mulher estiveram em um hotel em Brasília, usando um carro. Chegando lá, a senhora desembarcou e se encontrou com George Ramalho e recebeu dele o valor de R$ 30 mil. Esse valor seria destinado a WIlson Santiago. Veja as imagens:

Após deixar o hotel, a mulher foi juntamente com Edilson ao apartamento do parlamentar em Brasília, como é possível ver pelas imagens:

Na sequência, o veículo entrou no prédio. As câmeras de segurança conseguiram monitorar o momento em que eles entrem no residencial e vão até o apartamento do deputado:

Denúncia da PGR

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou neste sábado (21), sete pessoas, entre elas o deputado federal Wilson Santiago (PTB/PB) e o prefeito de Uiraúna (PB), João Bosco Nonato Fernandes, pelos crimes de organização criminosa e corrupção e passiva.

O grupo é acusado de desviar recursos públicos destinados à construção da Adutora Capivara, localizada no município paraibano. As investigações revelaram que, entre outubro de 2018 e novembro de 2019, a empresa Coenco Construções, responsável pelas obras, recebeu dos cofres públicos R$ 14,7 milhões e, em decorrência da ação criminosa, repassou R$ 1,2 milhão ao parlamentar e R$ 633 mil ao prefeito, como propina.

Também neste sábado, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado foi afastado do mandato e teve o gabinete, na Câmara dos Deputados, entre os alvos dos mandados de busca e apreensão cumpridos no âmbito da investigação que continua em andamento, para apurar a prática de outros crimes.

Diante das provas da organização criminosa, a Procuradoria-Geral da República requereu que os envolvidos sejam condenados com base na participação de cada um. No caso do deputado, do prefeito e do empresário, além da organização criminosa, foram apontados 16 atos de corrupção passiva. Outra solicitação é para que os envolvidos sejam condenados a ressarcir solidariamente os cofres públicos no valor de R$ 14.894.713,74, a ser corrigido monetariamente e com a incidência de juros. A denúncia foi protocolada neste sábado no Supremo Tribunal Federal, onde o caso é relatado pelo ministro Celso de Mello.

Deputado nega acusações 

Em nota, divulgada no final da manhã deste sábado, o deputado revelou ter sido surpreendido pela operação e acusou o delator George Ramalhode utilizar o princípio jurídico da delação para se favorecer e evitar condenação na Operação Feudo.

Confira a nota na íntegra:

Na manhã de hoje fomos surpreendidos por Operação da Polícia Federal. A operação em questão foi baseada na delação do empresário George Ramalho, o qual foi preso em abril de 2019 na Operação Feudo. Segundo as informações preliminares, o delator iniciou no segundo semestre de 2019 a construção de um roteiro, que servisse como base para acordo que lhe favorecesse na operação que foi alvo de prisão. O delator busca a todo momento, construir relações que possam nos implicar de forma pessoal e criminalizar o trabalho parlamentar.

Fica evidente, que o delator usa um princípio jurídico que veio para ser um instrumento de promoção de justiça, como artifício para favorecimento pessoal e evitar condenação na Operação Feudo. Temos certeza que esse tipo ação criminosa será coibida. Não podemos aceitar que a ação política fique refém dessas práticas. Dessa forma, tomaremos as medidas cabíveis para que a verdade venha à tona, com o esclarecimento das questões objeto da investigação e nossos direitos sejam restabelecidos. Estamos a disposição da Justiça para colaborar em todo o processo.

Wilson Santiago

Deputado Federal

Wallison Bezerra – MaisPB

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