João Pessoa, 02 de abril de 2013 | --ºC / --ºC
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O deputado estadual Frei Anastácio (PT) registrou hoje, na Assembleia Legislativa, os 24 anos do assassinato de Severina Rodrigues de França (Bila) e os 51 anos da morte do líder camponês João Pedro Teixeira. “São dois aniversários tristes, mas cheios de simbolismos que fortalecem ainda hoje a luta pela terra, na Paraíba e no Brasil. Calaram essas e outras 24 vozes, nos últimos 50 anos, mas a luta não parou”, disse o deputado.
Frei Anastácio informou que nesta terça-feira (2), às 16h, o aniversário de morte de Bila será lembrado com a realização de uma missa, no assentamento Barra de Gramame, no Conde. Trabalhadores de várias áreas irão participar da missa, segundo o deputado.
O parlamentar lembrou que Bila foi assassinada por Severino Mariano de Sena (Biu Mariano), que atropelou, com uma caminhonete, a vítima e mais 25 pessoas, inclusive crianças, que participaram de uma manifestação em frente ao fórum de Alhandra exigindo a prisão dos assassinos de “Zé de Lela” (um deles, sobrinho de Biu Mariano).
O petista lembrou que caso teve repercussão internacional, com a manifestação de entidades de vários países, como a Bélgica, Alemanha, França, Inglaterra, Holanda e o envolvimento da própria Anistia Internacional. A situação da fazenda Gurugi Dois, reivindicada por Bila e as outras famílias, dois só foi resolvida em maio de 1990, com a emissão definitiva da posse das terras para as famílias dos agricultores.
O mártir João Pedro Teixeira
Frei Anastácio destacou que João Pedro Teixeira é um mártir da luta pela terra no Nordeste, por ser o fundador da primeira Liga Camponesa na Paraíba. “Ele dedicou sua vida na defesa dos agricultores. Interpretado como uma ameaça aos interesses dos proprietários de terras, logo despertou a fúria de grandes latifundiários. Isso culminou no seu assassinato por meio de emboscada no município de Sapé, no dia 2 de abril de 1962. Calaram João Pedro, mas o sangue dele irrigou a luta pela terra e faz florescer ânimos ainda hoje”, disse o deputado.
50 anos da ditadura militar
Frei Anastácio também lembrou os 50 anos do golpe militar no Brasil. “Quem viveu a ditadura militar, como eu, sabe da “miséria” que o país viveu. Tempos de assassinatos, de desaparecimentos de pessoas, de mordaças, de sofrimento para a população. Um das vítimas das repressões foi o nosso ex-presidente Lula. Ele foi preso massacrado, mas escapou, lutou, chegou à presidência da República e mudou a cara do país”, afirmou o deputado.
Assessoria de Frei Anastácio
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