João Pessoa, 26 de junho de 2013 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A família e o clã do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, 94, estão rachados quanto ao seu local de enterro, de acordo com relatos da imprensa do país. Mandela permanece em estado "crítico" em um hospital da capital, Pretória, em razão de uma infecção pulmonar.
A última informação sobre a saúde do líder antiapartheid é de ontem pela manhã, e o país se prepara para o que parece ser uma morte iminente.
A disputa ocorre entre Mandla Mandela, um dos netos do ex-líder e também deputado federal, e chefes tribais da região de Qunu, na província de Cabo Oriental, local de origem do ex-presidente.
Em uma reunião tensa ontem, não teria havido acordo. Os líderes tribais querem a sepultura em Qunu, onde Mandela passou sua infância. Mas o neto insiste em que seja em outro vilarejo próximo, Mvezo, local de nascimento do líder.
As relações entre a família e os chefes tribais está tensa desde que Mandla, aparentemente sem consulta prévia, decidiu exumar os corpos de três filhos de Mandela que estavam enterrados em Qunu e sepultá-los em Mvezo.
O ex-presidente perdeu Makaziwe em 1948 (uma garotinha morta aos 9 meses), Thembekile, em 1969 (num acidente de carro) e Makgatho, pai de Mandla, em 2005 (de Aids). Os três eram filhos dele com Evelyn, sua primeira mulher.
Nas tradições locais, a exumação de um corpo é um fato grave, que deve ser analisado e apenas autorizado em último caso, o que enfureceu os líderes tribais.
Na sociedade sul-africana, o poder dos clãs locais é grande, seguindo a tradição do país. Em zonas rurais como Qunu e Mvezo, são eles que dão a última palavra sobre questões locais, por vezes sobrepondo-se às próprias leis.
Mandela vem de uma família que sempre teve proeminência nos clãs da região do Cabo Oriental, e seu apelido, Madiba, é o nome pelo qual ele é conhecido dentro da tribo.
Pela manhã, continuou intensa a movimentação dentro e fora do Medi-Clinic Heart Hospital. Segundo o jornal "Citizen", o ex-presidente está respirando por aparelhos, e a família estaria considerando desligá-los. Mas não houve confirmação oficial.
Folha.com
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