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Ricardo inaugura primeiro ambulatório de saúde para travestis e transexuais do NE

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publicado em 25/07/2013 às 09h29

 O governador Ricardo Coutinho inaugurou, na tarde desta quarta-feira (24), o primeiro ambulatório de saúde para travestis e transexuais do Nordeste. O serviço fica localizado no Complexo Hospitalar Clementino Fraga, que comemora 54 anos de fundação.

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde e da Secretaria da Mulher e Diversidade Humana, discutiu com os movimentos LGBT a implantação do serviço pioneiro no Nordeste. O governador Ricardo Coutinho destacou que o Estado investe na implementação de uma política de gênero em respeito às minorias historicamente esquecidas, como os travestis e transexuais, que terão à disposição um ambulatório de saúde especializado.

Ricardo informou que a unidade prestará atendimento em endocrinologia, ginecologia e cirurgia plástica facial (limpodistrofia) e outras especialidades oferecidas pelo Complexo Hospitalar Clementino Fraga. “Isso significa respeito aos travestis e transexuais, uma política pública que vem sendo implementada desde quando fui prefeito de João Pessoa com a criação do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), o decreto da obrigatoriedade da adoção no nome social nos atendimentos do Estado e a implantação do Conselho Estadual de Saúde da população LGBT”, destacou o governador.

A secretária executiva de Saúde, Cláudia Veras, e a secretária da Mulher e Diversidade Humana, Gilberta Soares, ressaltaram o respeito à diversidade humana com a criação de um serviço referência para travestis e transexuais que encontravam muitas dificuldades no sistema de saúde.

O coordenador geral de média e alta complexidade, José Eduardo Fogolin, e a coordenadora geral de apoio à gestão participativa e controle social, Kátia Souto, representaram o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na solenidade. Fogolin afirmou que a inauguração do ambulatório representa um momento importante na saúde da Paraíba, que é a igualdade de direitos que está sendo oferecida à população LGBT.

Ele ressaltou que o Ministério da Saúde está aberto aos Estados que quiserem inserir o processo transexualizador (mudança de sexo) em seus sistemas, assim como vem sendo realizado desde 2008 pelo ministério em estados como São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. “Acredito que agora o Estado da Paraíba, com a reestruturação de suas equipes, solicitará a habilitação para tal procedimento junto ao ministério.

A conselheira nacional de Saúde LGBT, Fernanda Bevenutti, disse que o movimento já vinha dialogando com o Ministério da Saúde e o Estado a necessidade da abertura de um ambulatório para cuidar da saúde integral desta população. Ela observou que os travestis e transsexuais poderão fazer o acompanhamento hormonal, aplicação de silicone, esterectomia e mastectomia dos homens trans e outros serviços de saúde inerentes ao grupo. “Essa é uma via de mão dupla, o movimento faz a sua parte de dialogar com o poder público e os governos sensíveis, como é o caso do Governo da Paraíba, tomam a decisão de implementar uma política junto com os representantes do movimento”, comentou.

De acordo com a diretora geral do Complexo Hospitalar Clementino Fraga, Adriana Teixeira, o ambulatório terá uma equipe multidisciplinar para acompanhamento da saúde dessa população e os cuidados inerentes ao controle hormonal, as mudanças físicas e ao acompanhamento psicossocial. “Esse é um serviço pioneiro no Nordeste que oferecerá a esse grupo um atendimento com respeito e humanizado, assim como qualquer outro cidadão. No Brasil, somente cinco Estados possuem ambulatórios para travestis e transexuais e a unidade da Paraíba irá referenciar os Estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte”, afirmou.

Próximo passo – Adriana Teixeira adiantou que a próxima etapa será discutir uma parceria com o Ministério da Saúde para implantar o Bloco Cirúrgico no Clementino Fraga para a realização de procedimentos de mudança de sexo, que requer todo um trabalho psicoterapêutico com os futuros cirurgiados.

Para o médico psiquiatra do Hospital Clementino Fraga, Ricardo Araújo, um serviço como esse abre um espaço para o atendimento especializado e humanizado para uma população que não tinha uma referência no Estado. Ele ressaltou que cada paciente deverá receber o acompanhamento psicológico de acordo com o grau de complexidade do serviço. “Não que esse ambulatório seja o único ponto de atendimento para travestis e transexuais na Paraíba, mas a partir daí uma equipe multiprofissional poderá dar encaminhamentos para outros serviços que integram a rede de saúde”, completou.

SECOM-PB

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