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2003

Viver de renda hoje exige ser três vezes mais rico do que há dez anos

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publicado em 24/10/2013 ás 17h01

 Viver de renda é um sonho cada vez mais distante dos brasileiros. Para ficar sem trabalhar o resto da vida, somente deixando o dinheiro render acima da inflação em uma aplicação segura, é necessário ser 3,5 vezes mais rico do que era preciso dez anos atrás.

Quem quer uma renda vitalícia de R$ 3.000 por mês precisa ter uma aplicação de aproximadamente R$ 1,8 milhão em CDBs (Certificados de Depósito Bancário).

Se o desejo for gastar R$ 5.000 mensais sem afetar o patrimônio, é necessário ter R$ 2,9 milhões investidos. Para quem busca viver com R$ 10 mil por mês, o dinheiro aplicado precisa totalizar R$ 5,8 milhões.

Dito de outra forma, para cada milhão que uma pessoa tem no banco hoje, é possível retirar R$ 1.713 mensais sem alterar o montante aplicado. Em 2003, era possível gastar R$ 5.940 por mês com o mesmo milhão aplicado – ou seja, 3,5 vezes mais.

Os números fazem parte de um estudo elaborado pelo blog Achados Econômicos em parceria com o Instituto Assaf e dão uma ideia do que significou, para os rentistas, a redução da taxa básica de juros, a Selic, que esteve em 26,5% ao ano em 2003 a hoje está em 9,5%.

Quando dizemos que é preciso ser 3,5 vezes mais rico, nessa proporção já está descontada a inflação.

Na tabela acima, os dados de 2003 estão atualizados pelo IPCA. Em 2003, para se ter uma renda que hoje equivaleria a R$ 3.000, era preciso ter um patrimônio que atualmente corresponderia a R$ 505 mil.

Podemos fazer a mesma conta a preços da época. Há dez anos, com R$ 1.800 era possível comprar basicamente os mesmos itens que hoje valem R$ 3.000. Para ter uma renda de R$ 1.800, era preciso possuir um saldo de cerca de R$ 300 mil, como indica a tabela abaixo.

Melhora econômica – O fato de ter ficado mais difícil viver de renda pode ser uma notícia ruim para quem juntou algum patrimônio e esperava se aposentar sem precisar contar com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Mas é uma boa notícia para o país como um todo. Se fosse possível deixar qualquer mil reais no banco e viver de juros, quem iria querer trabalhar?

Repare que, enquanto a taxa de juros desabou nos últimos dez anos, o desemprego caiu de 13,1% em agosto de 2003, para 5,3%, no mesmo mês de 2013.

Claro que os juros não caíram por uma canetada do governo, e nem são o único responsável pelo aumento do emprego. Houve todo um contexto de melhora da economia nacional e mundial.

Mais recentemente, no entanto, o quadro piorou, interna e externamente, e por isso a taxa básica de juros voltou a subir. Estava em 7,25% ao ano até abril e agora atingiu 9,5%.

Essa pequena alta pode ser boa para os rentistas. É positiva também para economia em geral no sentido de que inibe a inflação. Mas o ideal seria combater a alta dos preços com outro remédio, o corte de gastos públicos. Só que essa é uma decisão política difícil de ser tomada, especialmente a menos de um ano das eleições.

Blog Achados Econômicos 

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