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Venezuela censura sites que dão cotações de câmbio paralelo

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publicado em 10/11/2013 às 10h55

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou ter bloqueado sete sites que divulgavam cotações do dólar e do euro em relação ao bolívar. As cotações divulgadas eram diferentes das taxas oficiais definidas pelo governo.

De acordo com ele, os sites bloqueados foram criados nos Estados Unidos; caso seus criadores vivessem na Venezuela, afirmou, "estariam presos" por conspirar para derrubá-lo. Em mais um longo pronunciamento na TV, Maduro acusou sua oposição de travar uma "guerra econômica" contra seu governo, "declarada desde o norte".

Ele também disse acreditar que seus esforços têm surtido efeito, visto que "o colapso total" da economia e da governabilidade venezuelana estaria planejado para o mês passado pelos supostos conspiradores.

Os sites bloqueados foram dollarparalelovenezuela.com, preciodolar.info, dolarparalelo.org, dolartoday.org, tucadivi.com, dolarparalelo.org e lechugaverde.biz. Além deles, a Comissão Nacional de Telecomunicações abriu processo contra provedores de internet do país por permitir que cotações ilegais fossem divulgadas em suas redes.

Como a Venezuela depende de importação para praticamente todos os produtos, a desvalorização do câmbio que vem ocorrendo desde o início do ano afeta fortemente a economia. Desde 2003, o governo controla a compra e venda de divisas, o que estimula o mercado paralelo de dólares.

Na sexta-feira, Maduro ordenou a "ocupação" de uma rede de lojas acusada de vender produtos a preços mais caros do que o considerado justo pelo governo. Isso levou milhares de consumidores às filas. Houve saques em uma loja da rede Daka, na cidade de Valencia, mas Maduro acusou a ação de ser obra de "infiltrados". Na TV, Maduro pediu que a população evite fazer longas filas nas lojas e disse que vai garantir que as vendas "a preço justo" se mantenham de maneira permanente.

Em qualquer país do mundo, lojas que cobram caro arriscam perder clientes e vendas para seus concorrentes. Na Venezuela, em meio a uma crise econômica e a uma guerra de propaganda do governo contra a flutuação do câmbio, os preços viraram questão de Estado.

Folha.com com EFE

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