Sobre o Uber e outros aplicativos

Ninguém pode ser contra os aplicativos hoje utilizados para o chamamento de veículos do transporte privado urbano com vistas à realização de seus deslocamentos do dia a dia. Desses aplicativos o mais conhecido, sem dúvida, é o Uber, que corresponde a uma empresa multinacional estadunidense tão poderosa que sua propaganda ocupa, frequentemente, os mais nobres horários televisivos brasileiros.

Mas, com o que não se pode concordar é que, em nome da “livre escolha dos usuários”, as cidades e seus habitantes fiquem desprotegidas e desorganizadas. E neste aspecto os nossos legisladores, sobretudo eles, precisam mais compreender que “burocracia”, bem diferente do sentido pejorativo que a esse termo atribui-se, busca melhor organizar os procedimentos para o alcance dos objetivos prefixados.

Por isto não há razão para críticas às Prefeituras de João Pessoa e de Campina Grande cujos órgãos que cuidam da mobilidade urbana já anunciaram a necessidade de normatizar (para poderem fiscalizar) esses serviços de transporte privado urbano que têm como principal instrumento algum aplicativo, como o do Uber. A propósito, quando o Uber chegou aqui no Brasil e obteve elogios dos que o utilizaram foi porque os carros eram “chics”, os motoristas até engravatados dirigiam, além de terem eficiente ar condicionado, afora bombons e outras mordomias mais. Agora, depois de impregnados nas cidades, os carros não têm sido “chics” como eram antes, alguns nem ar condicionado têm, e… foram desregradamente ocupando e desorganizando as cidades, inclusive sem haver nenhuma identificação como prestadores desse serviço,salvo na cidade de São Paulo que aprovou uma lei que, para a proteção dos passageiros, obrigam a como tais estarem externamente identificados, além de haverem de pagar o imposto devido, como se impõe a qualquer outro serviço.

Mário Tourinho

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