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INCÊNDIO

Prédio comercial e academia estavam em situação irregular

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publicado em 08/11/2013 às 11h50

A Prefeitura de São Paulo informou que o local onde funcionava a academia SmartFit, onde começou o incêndio que atingiu dois prédios na madrugada desta sexta-feira (8), estava em situação irregular pois não tinha alvará de funcionamentos. Segundo a prefeitura, os responsáveis pelo estabelecimento não entraram com o pedido da licença.

Segundo a prefeitura, ao entrar com o pedido é preciso apresentar vários documentos, entre eles, o AVS (Auto de Verificação de Segurança). A prefeitura diz ainda que consta um pedido de AVS para o prédio comercial feito em 2011 e que ele está em análise. Já o prédio residencial atingido pelo fogo estava com a documentação em dia desde 2000.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o prédio onde ficava instalada a academia, localizado na avenida Ipiranga, também não tinha o AVCB (Alvará de Vistoria do Corpo de Bombeiros).

O fogo começou na academia, se alastrou e atingiu também três andares de um edifício residencial. Mais de 50 pessoas passaram mal por conta da fumaça.

O tenente coronel Walmir Correa Leite disse que do prédio onde funcionava a SmartFit estava com a licença vencida desde março. Procurada, a academia ainda não se manifestou sobre o assunto. Os proprietários do prédio ainda não foram localizados pela reportagem.

Os bombeiros, segundo o tenente-coronel, fizeram uma vistoria no edifício no dia 29 de março e pediram que medidas fossem tomadas para regularizar a documentação, o que não ocorreu. "O que é fato é que o prédio não poderia estar funcionando", disse o bombeiro que não soube detalhar o que exatamente faltava para o edifício regularizar a sua situação.

O fogo se alastrou ainda mais rápido porque vários imóveis do prédio residencial tinham botijões de gás. " Os botijões de gás viraram maçaricos no incêndio", explica Roberto Rensi Cunha, comandante dos Bombeiros Metropolitanos. Os prédios ficam localizados na rua do Boticário com a avenida Ipiranga.

Outro problema encontrado pelo comandante dos bombeiros foram as portas corta-fogo trancadas no edifício comercial.

O prédio residencial e o comercial foram interditados pela Defesa Civil. Segundo o coordenador da Defesa Civil, Jair Paca de Lima, os moradores estão subindo em pequenos grupos para retirar documentos e objetos pessoais.

O incêndio começou por volta da 1h e foi controlado duas horas depois por 48 equipes do Corpo de Bombeiros, totalizando 150 homens. Os bombeiros estão nesta manhã fazendo o trabalho de rescaldo nos imóveis.

Os moradores do prédio residencial de 25 andares foram forçados a deixar os 146 apartamentos e acompanharam na rua o trabalho dos bombeiros. Muitas pessoas passaram a madrugada sentadas nas calçadas da avenida Rio Branco, algumas delas utilizavam cobertores para se proteger do frio da madrugada. Outras seguravam crianças e animais de estimação que conseguiram retirar dos apartamentos.

DIFICULDADES NO RESGATE

Segundo os bombeiros, um dos problemas enfrentados no resgate foi o da comunicação. Muitos estrangeiros, entre eles chineses, bolivianos e peruanos, vivem no local e não entendiam as ordens dadas por bombeiros para deixar os apartamentos. Alguns se recusaram a abrir as portas com medo de roubo e os bombeiros tiveram que arrombar.

Assustado com o incêndio, um homem de origem oriental tentou se jogar pela janela de um apartamento no 4º andar do prédio residencial. Por diversas vezes ele colocava as pernas para o lado de fora da janela e desistia quando os moradores da região, que acompanhavam o trabalho dos bombeiros, gritavam em coro: não.

De acordo com os bombeiros, mais de 50 pessoas que inalaram fumaça foram atendidas em um posto de socorro montado na avenida Ipiranga. Elas eram retiradas do prédio pelos bombeiros e levadas a lonas coloridas estendidas na rua Rio Branco de acordo com o grau de gravidade. Nas lonas verdes eram colocados os casos mais leves, na amarela os medianos e na vermelha os mais graves.

Após a seleção dos pacientes, médicos do Grau (Grupo de Resgate e Atenção as Urgências e Emergências) faziam a medição de oxigenação no pulmão e batimentos cardíacos e anotavam a caneta na mão das vítimas para controle.

Cerca de 30 pessoas, moradoras de um prédio vizinho na esquina da avenida Rio Branco com a avenida Ipiranga, foram levadas à Santa Casa de São Paulo e aos hospitais São Paulo, Vergueiro e das Clínicas. A vítima mais grave foi um idoso que sofreu queimaduras de segundo grau. Um bombeiro também foi atendido após cortar a mão.

As causas do incêndio serão investigadas.
 

Folha.com

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