João Pessoa, 01 de setembro de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Uma onda de violência contra profissionais de saúde na Paraíba tem gerado preocupação entre as entidades médicas. De acordo com o Sindicato dos Médicos da Paraíba (SIMED-PB), apenas no mês de agosto, foram registrados quatro casos de agressão na Paraíba.
O Sindicato dos Médicos da Paraíba (SIMED-PB) e o Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) solicitaram, para esta quinta-feira (4), uma reunião com diversas autoridades para discutir medidas de segurança. A intenção é reunir Secretarias de Saúde do Estado e de João Pessoa, Guarda Municipal, Secretaria da Segurança Pública, Ministério Público da Paraíba e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde da Paraíba (COSEMS-PB).
O objetivo da reunião é traçar um plano de ação eficaz para garantir a segurança dos profissionais de saúde e evitar que novos casos de violência ocorram.
Casos registrados em agosto
O último caso de agressão foi a uma médica na UPA de Cruz das Armas, em João Pessoa, no dia 28/08. Ela atendia um paciente mais grave quando foi atacada por uma pessoa que queria ser atendida no mesmo instante. A médica foi salva por uma plantonista administrativa, mas ficou emocionalmente abalada.
A falta de um esclarecimento eficaz à população sobre os níveis de classificação para ordem do atendimento associado a uma precária segurança presencial como também a falta de estrutura logística, gera uma sobrecarga de trabalho e são apontados como os principais motivos para as agressões, segundo o SIMED-PB.
Em uma visita à UPA de Cruz das Armas, no último sábado, Dr. Tarcísio Campos e o coordenador médico do Núcleo de Acadêmicos e Médicos Jovens do sindicato, Dr. Fernando Melo Neto, constataram a presença de apenas um pediatra no plantão. Esse tipo de situação, segundo eles, acarreta longas esperas e aumenta a tensão entre pacientes e profissionais.
Um outro caso de violência contra uma médica foi registrado em uma Unidade de Saúde de Patos. Um médico também foi vítima de violência em uma Policlínica de Bayeux e precisou ser escoltado pela polícia para conseguir registrar um Boletim de Ocorrências. Ainda este mês, um fisioterapeuta foi agredido num hospital de João Pessoa e o agressor estava armado, segundo depoimento prestado pelo profissional de saúde.
Medidas sugeridas pelo SIMED-PB
1- Campanhas de esclarecimento para população sobre a classificação de risco e o tempo de espera, utilizando inclusive as tvs na área de espera.
2- Guardas municipais presentes nas unidades e na porta da entrada, como também próximos aos consultórios médicos.
3- Instalação de botão de pânico em cada consultório e nas áreas de observação amarela e vermelha.
4- Vigilância de câmeras para todas unidades de atendimento.
5- Cadastro de pessoas (nas unidades) com um histórico de que costumam perturbar a ordem.
“Essas são algumas medidas importantes e urgentes que também vamos sugerir durante a reunião no próximo dia 04. Tenho certeza que os profissionais de saúde vão poder contar com os gestores para amenizar essa situação. Não podemos mais esperar que uma tragédia aconteça. É hora de unir forças e agir, oferecer melhores condições de trabalho e segurança aos profissionais de saúde e também um melhor atendimento à população”, finalizou Dr. Tarcísio Campos.
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