João Pessoa, 16 de agosto de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
MAISPB ENTREVISTA

Vannick, filha Belchior sai em turnê nacional ´Um Concerto a Palo Seco´

Comentários: 0
publicado em 16/08/2025 ás 12h05
atualizado em 16/08/2025 ás 16h07
Foto: Duda Rabelo

Kubitschek Pinheiro – MaisPB

Fotos – Duda Rabelo

A novidade é que Vannick Belchior, filha do cantor e compositor Belchior está fazendo shows em homenagem ao pai, com um repertório que inclui sucessos como ´Paralelas´, ´Sujeito de Sorte´ e ´Como Nossos Pais. 

Vannick, está em turnê ´Um Concerto a Palo Seco´, interpretando as canções em formato acústico, bem fiel a música do pai, com um bom violão. Afinal, é o legado do pai dela.   Além disso, Vannick  lançou um EP com seis canções de Belchior e participa de eventos como a ´Estação Belchior – Coração Selvagem´. Em São Paulo, ela fez shows no Fino da Bossa, nos dias 12 e 13 deste mês.

O EP, lançado em 2022, marca o início da carreira musical de Vannick e traz uma fusão das influências dela e do pai. Ela busca trazer uma nova roupagem para as músicas, com uma abordagem mais contemporânea. Além das canções já conhecidas, o projeto também inclui músicas inéditas do compositor. 

Vannick, a caçula dos quatro filhos de Belchior, que começou a carreira na mesma idade que ela, aos 25 anos. 

Vannick Belchior quer e vem cantar em João Pessoa “Com certeza eu vou cantar em João Pessoa, tá? Podem me esperar aí, não vejo a hora de chegar a capital, fazer um show muito bacana, da gente se encontrar e cantar essas músicas que eu tenho certeza que estão no coração de todos vocês.

MaisPB – O EP das ´Das coisas que aprendi nos discos´ já é um passo para um álbum completo?

Vannick – Com certeza. O EP ´Das Coisas Que Aprendi nos Discos´, é um passo para um álbum completo. Ele foi um álbum compacto que eu lancei em 2022, logo quando eu estava lançando em minha carreira nacional. Então ele levou o nome do meu show, ´Das Coisas Que Aprendi nos Discos´ onde eu faço referência como ´Nossos Pais´. Que é uma música muito significativa pra mim em relação a toda essa continuidade artística, criativa desse legado musical do meu pai. Então com certeza é um passo pra um álbum completo que muito provavelmente vem aí em 2026.

MaisPB  –  Esse despertar para o canto, interpretar, ser artista, já vem da sua infância?

Vannick  – Sim, já vem desde a infância. Eu tinha certeza, quando eu era criança, que eu seria cantora, dava show aqui em casa, botava todo mundo sentadinho aqui, ia dar os meus shows. E também frequentava os shows do meu pai. Lá com ele, acho que era uma forma que ele tinha também de estar junto comigo e até de investir mesmo, pra que eu pudesse acompanhar, ver o que é o palco, ver o que era a carreira dele, o cantor. Então, vem de infância, muito embora eu tenha me afastado um pouco, pois sou formada em Direito, cursei a faculdade, me afastei um pouco desse sonho, mas do caminho ninguém foge. Então realmente esse caminho me escolheu, me procurou, me achou e eu me rendi completamente à Música Popular Brasileira e é um caminho que realmente já me aguardava. Então, sim, veio da infância e agora está a confirmação daquele sonho de criança.

MaisPB  –  Depois de mostrar sua arte – isso desde 2022 e passou por várias cidades e palcos agora chegou a hora do “Um Concerto à Palo Seco”, – que outras canções você incluiu nesse projeto?

Vannick  – Esse projeto, ´Um Concerto a Palo Seco´, ele tem músicas de um álbum do meu pai, de 1999, que se chamou ´Um Concerto a Palo Seco´, onde eu exploro músicas como de primeira grandeza, que estão no EP de 2022. Mas eu já exploro também aparências e tem algumas outras músicas que ele fez em parceria com outros artistas que estou colocando também nesse show. Esse show, onde eu saio daquele primeiro momento das coisas que eu aprendi nos discos, e agora eu vou fazer um show acústico, bem como o álbum dele também tinha as cordas muito presentes, então é isso, tem músicas diferentes e é uma proposta diferente também.

Foto: Duda Rabelo

MaisPB – Vannick é a filha caçula de Belchior do primeiro casamento dele? Tem outros irmãos?

Vannick  – Não. Do primeiro casamento deles são dois irmãos, e eu sou sim a filha caçula. Sou a única nordestina. Comecei a cantar nos meus 24 anos bem como meu pai, e ao total somos quatro irmãos. Eu sendo a única cearense nordestina e os outros paulistas.

MaisPB – Tem duas biografias sobre ele, uma da jornalista e escritora carioca Chris Fuscado e outra do paraibano Jotabê Medeiros. Você leu esses livros? Tem algo a opinar?

Vannick  – Sim, a biografia do Jotabê, eu sei que foi uma biografia na qual os familiares foram muito bem entrevistados. Já a da Chris Fuscaldo, eu realmente não participei dessa feitura do livro, vamos dizer; a do Jotabê, eu já folheei algumas coisas, confesso que não li tudo, mas sei que é uma biografia que buscou se comprometer. Já a da Chris eu não li, porque eu acho que também é um livro que explora muita coisa do meu pai que eu já não acho tão interessante.  Eu acho que a obra dele, o legado dele maior é o que deve ser explorado principalmente no momento que ele não estiver mais aqui. Então essa é a minha opinião sobre essas biografias.

MaisPB – Aliás, duas cantoras lançaram discos e shows com a obra dele, Ana Canãs e Sandra Pera. Você chegou a assistir a algum show desses?

Vannick  – Olha, a Sandra Pêra vai fazer uma participação no meu show no Rio de Janeiro, no dia 15 de outubro, no Teatro Brigitte Blair. Aproveito aqui pra deixar.  Sei que ela canta meu pai, ela é uma grande artista, então achei muito legal ela realmente passar um tempo cantando as músicas do meu pai e tudo mais. Já vi a Ana Câneas também, que ela estava com o projeto de cantar as músicas do meu pai. Eu acho interessante, ele é um supercompositor, merece sim ser cantado. É como outros cantores também. O que eu acho mais bacana é quando o cantor tem um próprio repertório e mescla com música de outros compositores e mesclam com músicas do meu pai. Eu acho realmente muito interessante essa originalidade, né? Mais claramente que essas outras pessoas que se dedicaram aí um tempo de suas carreiras pra também cantar a obra dele como forma de homenagem, também acho muito interessante.

MaisPB  –  Não vamos falar aqui do tempo que ele sumiu, mas sim, de que em 2026 ele faria 80 anos. Como você imaginaria seu pai, um grande artista talentoso aos 80 anos?

Vannick  – Olha, eu tenho certeza que ele estaria envolvido nas suas próprias criações. Pintura, literatura, traduções, leituras, composições e muita música, que pra ele era muito importante. Então, acho que ele talvez não estivesse num ritmo tão frenético de trabalho, porque até então era domingo a domingo.  Ele fazia show de domingo a domingo. Mas eu acho que ele poderia se dedicar mais à família também nesses 80 anos. Então, eu imagino que ele estivesse nessas condições, assim, sabe? De explorar suas habilidades criativas e ao mesmo tempo de enriquecer os seus conhecimentos através de leitura, pintura. E sempre se entregando à arte, como ele faria muito bem. Então, eu acho que seria mais ou menos isso.

MaisPB –   Você comanda em Fortaleza, o ´Bloco Esse Ano Eu Não Morro´. Vamos falar sobre isso?

Vannick  Eu comando, o show do bloco, esse ano no Morro, que é em Fortaleza, é um bloco de carnaval que é uma homenagem ao meu pai, muito legal. Acontece num polo carnavalesco da cidade de Fortaleza, que é no Centro Cultural Belchior, um espaço destinado a homenagem ao meu pai, um espaço que tem exposições itinerantes, tem um estúdio de música também, a logo de lá é a Casa de Praia da Música, então fica num espaço que meu pai gostava muito de frequentar, que é a Praia de Iracema. Então, eu canto as músicas do meu pai em ritmo de carnaval, tem uma bateria também de escola de samba, que se chama Coração Selvagem, que a gente integra o show com a bateria de escola de samba, fica muito legal, e eu tenho muito prazer, muita alegria em estar à frente desses blocos de carnaval, como eu também participo do Volta Belchior, em Belo Horizonte, já é o terceiro ano que eu participo do Volta Belchior, o Bloco que ano que vem, em 2026, completa 10 anos. Então, estou assim, fico muito satisfeita de, até no movimento carnavalesco, o Grande Bigodudo tá presente e está, enfim, tá dentro desses movimentos de resistência e movimentos que não deixam de ser políticos, porque o Carnaval é uma festa da folia, mas é uma festa também de muita resistência, e acho que tem tudo a ver. Fico muito feliz, até porque eu amo o Carnaval, então fico muito satisfeita de poder participar desses eventos carnavalescos.

MaisPB  –  Qual a importância do músico Tarcísio Sardinha nessa trajetória de sua vida artística?

Vannick  – O Tarcísio Sardinha foi quem me iniciou na música, era o grande parceiro do meu pai, multi-instrumentista, já tocou com grandes nomes da música popular brasileira. Basta lhe dizer que ele tocou muito tempo com Dominguinhos. Então, enfim, isso aí, já diz muito, ele tocou muito tempo com o meu pai, era parceiro, e quando ele me conheceu, ele já entendeu que eu seria cantora, ele resgatou esse sonho de quando eu era criança.  Ele resgatou esse lugar, esse momento e me colocou na música e abriu muitas portas, sem dúvida nenhuma, e ainda também me deu a oportunidade de conhecer o meu diretor musical, que é o Lu de Souza. Que hoje é quem está me acompanhando, inclusive quem vai me acompanhar para os shows de São Paulo, Rio de Janeiro, é o Lu de Souza, que também tocou com o meu pai, também tocou com grandes nomes, como Dominguinhos, então, estou aí muito bem amparada e, com certeza, conhecer esses parceiros do meu pai fez toda a diferença na hora de trilhar, caminhar.

MaisPB  – Lembra da última vez que vocês se viram? Você tem se encontrado com seus outros irmãos?

Vannick  – Sou filha caçula, então eu tive convivência com meu pai mais ou menos até os 10 anos de idade, onde a gente tinha uma convivência maravilhosa, ele vir pra casa, a gente passear na Praia de Iracema, eu ia pros shows dele, visitas na casa da minha avó, então tem muitos momentos maravilhosos, mas a convivência foi realmente só até os 10 anos e os meus outros irmãos é mais por questão de geografia mesmo. Eu moro no Nordeste, eles são paulistanos, então acaba que a gente não tem tanta oportunidade de encontro a não ser em homenagens, do meu pai. Quando tem essa coisa em comum, como a gente já fez uma viagem juntos pra o festival de inverno em Garanhuns, onde meu pai era homenageado, logo quando ele faleceu, então é quando tem essas oportunidades a gente se encontra assim.

Assista aqui Comentário A Respeito de John:

https://www.youtube.com/watch?v=mdlC4mq8nHg

MaisPB