João Pessoa, 09 de agosto de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Chega uma fase da vida em que a gente adquire um superpoder: o de não se abalar com qualquer tempestade em copo d’água.
É quando você olha para uma provocação e pensa: “Ah… que preguiça. Próximo?”
Já não me vejo desperdiçando voz, tempo ou neurônio para provar ponto em conversa inútil. Algumas guerras a gente percebe que não merecem nem a nossa presença — muito menos nossa energia.
Aprendi que ignorar é um esporte de alto rendimento.
Silêncio, então? É como champanhe caro: abre só em ocasiões especiais.
E deixar passar… ah, isso é luxo puro.
Tem gente que tenta cutucar esperando reação, mas minha agenda de escândalos está fechada por tempo indeterminado. Se quiser drama, assista novela. Aqui, o espetáculo foi cancelado — ou melhor, nunca existiu espaço para espetáculo ou escândalo.
E que delícia é essa tal seletividade!
A paciência para conversas rasas, agora, está em estoque mínimo. A tolerância para gente complicada, fora de linha. E, sinceramente, tem pessoas que nunca deveriam ter recebido nem o crachá para entrar no camarim da minha vida.
Hoje, entendo que o silêncio é um baita autocuidado. É um recado sem palavras: “Você não vale o desgaste.”
E se antes eu queria explicar, convencer, me justificar… agora, apenas sorrio e mudo de assunto.
O maior truque da maturidade?
Saber sair de cena na hora certa.
E deixar o palco vazio para quem gosta de se apresentar sozinho.
E, como diz o poeta Vinícius de Moares, “Nasço amanhã, ando onde há espaço, meu tempo é quando”.
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VÍDEO - 08/08/2025