Jornalista Raimundo Carrero lança ‘A Vida É Traição´, pela Record

Kubitschek Pinheiro – MaisPB

Jornalista e escritor pernambucano, Raimundo Carrero, lançou com selo Record ´A Vida É Traição´ e nos oferece o que ele chama “Carta ao Mundo”. Nesta obra fantástica o autor nos convida para acompanhamos os conflitos de Solano, o protagonista, um homem dilacerado pela culpa e pelas lembranças da morte da mãe, em uma narrativa forte sobre perdas e memória. É um livrão.

Carrero vem do jornalismo, da crítica literária e a escrita, é um dos pilares da literatura brasileira contemporânea. Escritor premiado, foi um dos principais representantes do Movimento Armorial, idealizado pelo escritor paraibano, Ariano Suassuna. Ou seja, joga pra fazer gol. Sua obra já lhe rendeu importantes prêmios literários, como o ´Machado de Assis´ da (Fundação Biblioteca Nacional), São Paulo e Jabuti.

Em ´A vida é traição´, Carrero traz a fonte de Manuel Bandeira e Ariao Suassuna e nos cerca com narrativa intensa, moderna e provocadora. A história acompanha Solano, um homem consumido pela culpa e pela tristeza, que, ao mesmo tempo, vê-se dominado por desejos conflitantes. Seria Carrero, o Solano? “Solano é Solano…Raimundo Carrero é..Raimundo Carrero..até nos damos bem…cada um na sua”.

A saída é ler A Vida É Traição, que, como se diz por aí, “Carrero carrega na tinta” ao mostra o peso do personagem ter desejado a morte da mãe – um desejo que, ao se concretizar, o afasta da redenção e Solano é brutalmente espancado e acusado de assassinar a mãe. O escritor, crítico literário e professor Cristhiano Aguiar também carrega no texto de orelha.

O autor ,que em dezembro chega aos 78 anos, conversou com o MaisPB – leia entrevista e descubra mais porque a vida é traição

MaisPB – O livro é magrinho, mas diz tudo né?

Raimundo Carrero – Sim, não é uma feira de mangai, mas tem de tudo….aliás, um sonho de juventude…escrever um livro, ou aparentemente curto, onde tratasse de muitos temas, enfrentando as dores do mundo.…

MaisPB – Tem música, cinema, o inferno e até a mãezinha que morreu. São muitos signos nesse livro?

Raimundo Carrero – Sim, em tudo dúvida…até porque a “mãezinha” que morreu é o ponto de partida…

MaisPB – É uma novela divertida e também parece uma coisa adormecida e desperta e muda de lugar, não é?

Raimundo Carrero – o riso ou risível é o elemento estético para quebrar a força do trágico…também há essa tal coisa adormecida que provoca Solano a todo momento

MaisPB – Essa coisa de dizer que a eternidade existe… “mas não é verdade que a eternidade tem sempre um morto espichado na despedida do mundo”. Isso na página 63 é incrível, né?

Raimundo Carrero – sem dúvida….Para a eternidade é preciso a ironia…sempre assim: Solano é trágico mas não se deixa abater recorrendo, portanto, ao irônico, como, aliás, venho dizendo, dizendo e repetindo.

MaisPB – Desde pequeno que eu escuto dizer que o Bandeira disse que a vida é traição e agora você traz outra assertiva do Ariano – no Santo e a Porca”. A vida é traição mesmo, né Carrero?

Raimundo Carrero – com certeza a vida material começa com a traição….E se nós não seguimos Cristo, vivemos nesta vida adúltera e corrupta, como diz o Evangelho, e é neste clima que A VIDA É TRAIÇÃO.

MaisPB – Por que você diz que esse livro é sua carta para o mundo, se o mundo não se sustenta mais ?

Raimundo Carrero – É isso mesmo?

MaisPB – Você está chegando aos 80 anos, mas todos os dias a gente se inventa, reinventa ou começa a viver, não é?

Raimundo Carrero – aí você tem razão….Reinventar-se é o nosso caminho…Eu conheço o peso desta idade..

MaisPB – Vai lançar esse livro nos 4 cantos do Brasil?

Raimundo Carrero – Tudo depende dos produtores…Se quiserem, sento num avião e não saio mais…

MaisPB – Teremos algo novo em 2026?

Raimundo Carrero – ainda estou tomando notas…demora…

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