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Leila Pinheiro canta com Paulo Francisco o single inédito “Naquela Tarde”

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publicado em 21/05/2023 às 12h18
atualizado em 21/05/2023 às 14h46

Kubitschek Pinheiro

Fotos – Cristina Granato

O pianista e compositor Paulo Francisco Paes e a cantora Leila Pinheiro lançaram o single “Naquela Tarde”, uma composição do próprio músico, que acompanha Leila ao piano.

A canção tem arranjo jazzístico de Roger Henri e intervenções da bateria de Márcio Bahia e um quinteto de cordas, numa linha sofisticada e harmônica e, claro, melodicamente chegando ao universo dos compositores que mais o influenciaram, como Edu Lobo, Francis Hime, Tom Jobim, Guinga, entre outros.

 Com letra de Gustavo Vilela, a parceria começou em 2017 quando o artista fez a primeira composição para uma melodia dele. Desde então já são 13 músicas compostas pela dupla.

O primeiro EP de Paulo Francisco, “Estar ao Redor”, foi lançado em 2021, tem seis canções com letra de Gustavo Vilela.

O MaisPB conversou com os artistas, Leila Pinheiro e Paulo Francisco e a gente conta os detalhes desse projeto que já deu certo e muito mais do que virá. 

Leila Pinheiro

MaisPB –  Leila, que canção linda “Naquela tarde”, sua voz segue a calmaria da melodia. Como aconteceu essa conexão com o pianista Paulo Francisco Paes?

Leila A madrinha de meu encontro com Paulo Francisco é a querida conterrânea e amiga, Fafá de Belém, que recebeu as canções dele e disse, sem duvidar, que elas tinham a minha cara e eu ia adorar ouvi-las. Não deu outra. Tiro certeiro! Paulo Francisco veio ao meu estúdio e sintonizamos de cara!  Quando ouvi o grande pianista que ele é tocando ali na minha frente, músicas aparentemente simples, mas densas musicalmente, super entrosadas com as letras e o sentido delas… me joguei de cabeça nos convites que ele me fez e já saí cantando acompanhada por ele. Isso foi bem bonito e é raro!

MaisPB  – A letra é de Gustavo Vilela, vocês se conhecem?

Leila – Conheci o Gustavo através do Paulo Francisco. Ele veio também aqui no estúdio e é um ótimo letrista, amigo de longa data do Paulo. Escreve bonito, com sentimento. Gostei também de cara, das letras dele.

MaisPB  – Além desse single, o que Leila Pinheiro tem feito, depois do longo tempo da pandemia e das lives?

Leila – Estou de volta aos palcos, muito feliz de estar viva, de minha família toda estar viva… Estou tomada de projetos novos, convites que vem por todos os lados, ora para gravar, ora para fazer shows (em duo, com orquestras, com colegas muito queridos… ) Estou preparando vários projetos ao mesmo tempo, e oportunamente subirão para as plataformas. Nada que eu já possa adiantar, pra não perder a surpresa. E participo de vários tributos que estão subindo pras redes já já! Não faço mais lives, mas vem surpresa por aí no meu instagram. Sou inquieta e a música me estimula por todos os lados. Não saio do meu estúdio, produzindo todos os dias. Uma dádiva!

MaisPB  – Você disse que essa é a primeira parceria com Paulo, de muitas. Vamos falar mais sobre esse elo?

Leila – Pelo que já gravamos e planejamos, virão muitas outras músicas dele. Vamos gravar aqui no Rio e jogar nas redes em breve. Possivelmente até o final do ano tenhamos um EP prontinho e lindo. 

MaisPB  A canção Naquela Noite, letra e melodia lembra as canções de Jobim, estou certo?

Leila – Paulo Francisco é apaixonado pela obra do Tom (Jobim) assim como eu. Vejo semelhanças na forma do Paulo tocar, solando a melodia ao mesmo tempo em que toca e canta. Jobim tocava assim. Há uma timidez no Paulo, que eu também conheci no Tom, com quem gravei 4 vezes e tive um tempo bom e inesquecível de convivência nos estúdios. A obra de Jobim é referência máxima para os pianistas compositores e Paulo soma Jobim a mestres como Debussy, Chopin… Tem uma personalidade muito forte e uma marca forte nas suas composições. Isso também é raro, num artista tão jovem como Paulo.

Paulo Francisco

MaisPB  – De cara, quem é o pianista Paulo Francisco Paes?

Paulo – Sou um pianista de formação clássica, mas um apaixonado por música como um todo, meu amor pela música é transcendental. Amo Villa Lobos e Rachmaninoff, assim como o jazz, passando por Tom Jobim, Chico Buarque, Edu Lobo, Djavan, Milton Nascimento, Caymmi, Gil, Francis Hime, Cartola, Egberto Gismonti e tantos outros.

MaisPB  – Eu li que você vem do clássico, da beleza de Debussy. Vamos falar dessa influência em sua vida artística?

Paulo – A música clássica é minha origem e primeira paixão musical, através do piano quando tinha 11 anos. Acho que os grandes compositores da história da música clássica fizeram obras eternas e que serão sempre influências sobre todos os músicos, mesmo que inconscientemente.

MaisPB – Como veio o convite para Leila Pinheiro cantar “Naquela tarde”?

Paulo – Meu contato com Leila foi feito através da Fafá de Belém, que quando ouviu algumas canções minhas logo disse “vou mandar pra Leila Pinheiro.” Fiquei numa felicidade enorme, afinal Leila sempre foi e é uma grande referência musical pra todos os compositores de canção, ela é uma cantora extraordinária e tem uma generosidade com os jovens que é muito bonita. Me sinto um privilegiado com essa parceria musical.

MaisPB  – Como aconteceu o encontro com o compositor Gustavo Vilela?

Paulo Eu e Gustavo ficamos amigos, quando morávamos perto um do outro no bairro do Jardim Botânico no Rio de Janeiro, um dia ele resolveu colocar letra numa melodia minha e eu gostei muito; depois vieram várias outras.

MaisPB  – A letra de “Naquela tarde”, parece nostálgica, profunda e casa-se em cheio com sua melodia. Quer falar dessa junção?

Paulo – Acho que o sentimento que a melodia evoca é nostálgica mesmo, mas a ideia da letra é sempre imprevisível, parte sempre da imaginação do letrista e do sentimento que a melodia desperta nele. Acho que o Gustavo foi num caminho muito interessante.

MaisPB  – Em 2021 você lançou o EP “Estar ao Redor”, estar no sentido de permanecer. Todo com letras de Gustavo Vilela. Como tem sido mostrar essa arte para o público?

Paulo – O EP “Estar ao Redor” são 8 canções, eu fiz a letra de duas delas, Gustavo fez das outras 6. Foi um trabalho muito legal, pude contar com a participação de duas cantoras maravilhosas, Ilessi e Luísa Lacerda, ambas com carreiras ascendentes e promissoras, além da participação do grande violonista Pedro Franco.

MaisPB  – Eu acho o piano um dos instrumentos mais bonitos, perde para o violão ou não perde nada. Como tudo começou?

Paulo – O piano é um instrumento completo, uma orquestra, no piano você abrange todos os registros de todos os instrumentos, desde o contrabaixo até o piccolo. Compor ao piano é muito bom pra mim, pois posso fazer a melodia com a mão direita e a harmonia na esquerda; assim escrevi quase todas as minhas canções.

MaisPB –  Tem a mão de Fafá de Belém nessa  história. Poderia falar sobre ela, essa junção de vocês?

Paulo – Fafá é uma grande cantora e uma pessoa muito generosa; foi vizinha da minha mãe há muitos anos atrás e assim ficaram amigas. Foi quando minha mãe pediu para Fafá ouvir algumas canções minhas e assim foi feita a ponte com a Leila, sou muito grato por tudo isso que vem acontecendo, ambas são duas artistas maravilhosas, estrelas icônicas da nossa música.

MaisPB  – A gente pode esperar por muito mais de Paulo e Gustavo nos próximos trabalhos?

Paulo – Eu e Gustavo temos mais canções, sim. Gravaremos em breve, mas tenho feito muitas letras para as minhas melodias também, inclusive o próximo single que vai sair com a Leila dia 02 de junho, é música e letra minha. A canção chama “Fora do Tempo.”

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