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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Simone canta Cátia de França

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publicado em 26/03/2022 às 09h43
atualizado em 26/03/2022 às 13h26

Simone cantando Cátia de França, “Estilhaços de Amor”, em novo disco Da Gente, é um colosso. Parece alguém tocando nos sentimentos do outro – uma canção tão bonita que Cátia gravou em 1980. Lembrando que a canção “Estilhaços” é de Cátia de França com letra de Flávio Nascimento.

Precisamente com toda voz, (e que voz) Simone conversou comigo na última quinta-feira para o MaisPB, (aguardem), numa felicidade tamanha.  Ela mergulha nas belas canções desse novo disco. Em cada faixa um recado.

O som da artista paraibana, que tem boas obras nesses anos todos em que se dedica à sua arte, explode novamente agora no disco de Simone.

“Porque a vida é
Tua mesa de comida é
Sem toalhas comportadas”

Claro que a versão de Cátia traz um movimento, estilhaçado na voz, mas como é bom ouvir Cátia de França cantado por Simone.

“De um pedaço de chão um leito leve de amor/ Porta, coração, aberto tens a cada hora/Uma aurora sempre perto”

Nesse momento em que nossa memória está cheia de confusões, guerras e mortes, a convivência com streaming, as plataformas onde  escutamos músicas no computador, no celular – novos singles sendo lançados, o disco de Simone Da Gente – essa novidade, precisamente, pela transposição das composições, quase todas de artistas nordestinos, como lembrou o jornalista Sílvio Osias em sua coluna no Jornal da Paraíba. “Da Gente é quase todo dedicado a autores nordestinos. Muitos deles, revelados nos últimos anos. Mas também há gente que está na estrada há muito tempo. É o caso, por exemplo, da paraibana Cátia de França. Dela, Simone gravou – e gravou muito bem! – Estilhaços. Composta por Cátia em parceria com Flávio Nascimento, a música está no segundo LP da compositora (Estilhaços), de 1980”.

“A tua sede é calma, calma de alma verde

A tua fome é fonte de onde nasce o homem

Espalhas estilhaços de amor”

Simone cantando Cátia não é uma “baita” homenagem!  É a arte que fala mais alto, entre encontros ou desencontros, como está no poema de Vinicius de Moraes, de que a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida…

Lindo Simone cantando os estilhaços de Cátia, tocando em todo canto.  Ambas fazem num tom, cada uma com seu grito.  Simone chega para reforçar a poesia de Flávio Nascimento, sugerida pelo pernambucano, Juliano Holanda, elevando a arte de Cátia de França.

É isso, esse êxito, êxtase  – Simone e Cátia  nessa canção de 43 anos, que tanto já tocou no rádio  e  está tocando em todo Brasil. Salve elas!

Kapetadas

1 – A gente não deveria ter receio de transmitir uma notícia boa sobre nós.

2 – Como você responde um obrigado (a)? Eu: que isso, você merece!

3 – A última faixa do disco de Simone “Naturalmente”, é de outra paraibana, Socorro Lira. “Essa canção é um hino”, disse Simone.

4 – Som na caixa – Às vezes a vida é uma estrada sem acostamento/Tem dias que o sol estilhaça as vidraças da sala/Eu tenho tentado escutar as palavras que você não fala/O cabide de roupas do quarto parece um espantalho”, primeira faixa do disco de Simone, do pernambucano Juliano Holanda.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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