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Francisco Leite Duarte é Advogado tributarista, Auditor-fiscal da Receita Federal (aposentado), Professor de Direito Tributário e Administrativo na Universidade Estadual da Paraíba, Mestre em Direito econômico, Doutor em direitos humanos e desenvolvimento e Escritor. Foi Prêmio estadual de educação fiscal ( 2019) e Prêmio Nacional de educação fiscal em 2016 e 2019. Tem várias publicações no Direito Tributário, com destaque para o seu Direito Tributário: Teoria e prática (Revista dos tribunais, já na 4 edição). Na Literatura publicou dois romances “A vovó é louca” e “O Pequeno Davi”. Publicou, igualmente, uma coletânea de contos chamada “Crimes de agosto”, um livro de memórias ( “Os longos olhos da espera”), e dois livros de crônicas: “Nos tempos do capitão” …

Guerra e paz

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publicado em 25/02/2022 às 06h51

A guerra é um estado putrefato de coisificação. Pior do que as coisas inanimadas. A guerra é, por isso mesmo, um paradoxo, uma coisa que tem o ânimus da violência, da prepotência, da brutalidade, potência e movimento em direção à morte, o testemunho de que a humanidade, de fato, bestializou-se.

Guerra é fábrica de carnificina, daí que nada mais próximo da coisificação do que a morte. A guerra é antônimo de vida, assim como a morte é antônimo de paz. A guerra tem o vício em suas entranhas alimentada pelo ódio e todos sabem, o ódio é filho do mal.

A guerra é daqueles acontecimentos que envergonham todos afinal, quando a guerra chega, desumaniza quem mata e quem morre, muito embora só os mortos mereçam respeito e comiseração.

Todas as guerras podem ser evitadas pela Política. A guerra chega onde a Política, da qual a diplomacia é instrumento, não chegou ou, tendo chegado, teve que sair defenestrada pelas razões da prepotência.

A guerra persegue a vida desde que gente é gente, mas, hoje, não é o homem rude, a natureza mais primária da humanidade quem faz guerras. É o homo sapiens, homo economicus, aquele que domina a tecnologia, o espaço sideral, ambicioso e fétido animal querendo mais território e poder, dinheiro, armas.

Hoje, não é o homem das cavernas quem põem a vida em ameaça, mas o homem asseado, sisudo em seus gestos elegantes, antenado com esse jeito seco e com os seus salamaleques moldados na hipocrisia; hoje, a guerra extrapola as cercanias das cavernas arrastando a sua força máxima ou seus efeitos colaterais pelo mundo todo.

A guerra não é feita por muitos. Poucos são os que tem o poder de tocar fogo na humanidade, mas muitos são os seus mortos. A guerra nunca tem início no presente. A guerra é ganância gestada pelo passado que destrói o presente e antecipa as aflições do futuro.

Cuidemos da vida. Repudiemos todos aqueles que fazem guerra ou com ela concordam, ou são omissos em sua condenação.

Paz! @professorchicoleite

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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