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repercussão na PB

Conselho Alimentar critica fala de Bolsonaro

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publicado em 19/07/2019 às 17h10
atualizado em 20/07/2019 às 07h07

O presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional da Paraíba (Consea-PB), Arimatéia França, considerou ‘estapafúrdia’ a fala do presidente Jair Bolsonaro, que disse não haver fome no Brasil. A declaração ocorreu aconteceu durante café da manhã com jornalistas de veículos estrangeiros, nesta sexta-feira (19), e gerou polêmica.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE), em 2017, o país tinha 54,8 milhões de pessoas que viviam com menos de R$ 406 por mês, o que significa que a proporção da população em situação de pobreza (critérios do Banco Mundial) era de 26,5%, de acordo com a Síntese de Indicadores Sociais elaboradas pelo órgão.

O Nordeste concentrou o maior percentual daqueles em situação de pobreza, 44,8%, o equivalente a 25,5 milhões de pessoas. Pessoas pobres estão sujeitas à situação de insegurança alimentar.

Para Arimateia, a declaração é irresponsável e mostra falta de compromisso com as pessoas que mais necessitam. “É uma vergonha um presidente da República achar que as pessoas não estão passando fome, estão pedindo na rua porque têm prazer de fazer isso”, pontuou, em contato com o Portal MaisPB.

Conforme dados de 2015 do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômico Escritório Regional da Paraíba (Dieese-PB), 1,5 milhão de pessoas sofriam com algum tipo de restrição de alimentos e 443 mil eram acometidas por algum grau de insegurança alimentar em 2013 no Estado.

Ainda segundo o presidente do Consea, apesar do levantamento não estar atualizado, é perceptível o crescimento no número de pessoas em situação de pedinte, na rua e com subempregos na Paraíba. Ele ressalta que o levantamento, feito em 2015, é referente a um período onde havia políticas estruturantes de combate a fome no Governo Federal.

Atualmente deputada estadual, Cida Ramos (PSB) já foi secretária do Desenvolvimento Humano no Estado e, ao Portal MaisPB, disse que o presidente não conhece a realidade do país e que suas ações têm contribuído para que o Brasil retorne, de ‘forma célere’, a ser o país da fome.

“Pessoas perderam Bolsa Família, houve corte de programas fundamentais de aquisição de alimentos. O presidente não faz referência aos projetos fundamentais porque ele desconhece, por isso ele não quer reconhecer o que governo dele tem feito ao Brasil”, criticou.

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