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redução de tributos

Entenda o impacto das medidas anunciadas

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publicado em 28/05/2018 às 16h19
atualizado em 28/05/2018 às 13h22
Foto: Marcelo Regua

O governo propôs duas medidas para assegurar a redução de R$ 0,46 no preço do litro do diesel – subsídio e redução de tributos.

O anúncio foi feito neste domingo (27) pelo presidente Michel Temer como mais uma tentativa de por fim à paralisação dos caminhoneiros que já dura oito dias e provoca desabastecimento em todo país.

Subsídio

  • O que é?  Manutenção por 60 dias de um desconto de 10% no diesel, anunciado na semana passada pela Petrobras, e que equivale a uma redução de R$ 0,30 no preço do litro do combustível.
  • Como será feito?   O governo vai usar recursos públicos para compensar a Petrobras e subsidiar o diesel. Ou seja, esse programa será pago por toda a sociedade porque entrará no Orçamento da União – com corte em outras despesas.
  • Quanto vai custar?    De acordo com o ministro da Fazenda, a estimativa é que essa medida vai gerar gasto de até R$ 9,5 bilhões. Esses valores serão pagos à Petrobras até o final deste ano.
  • De onde virá o dinheiro?    Do total de R$ 9,5 bilhões, segundo o ministro da Fazenda, R$ 5,7 billhões virão de uma reserva orçamentária, ou seja, recursos que ainda não tinham destino certo. Os outros R$ 3,8 bilhões virão de corte de despesas. O governo ainda vai detalhar onde será feito o corte: “Temos de apresentar de maneira clara de onde virão os R$ 3,8 bilhões. Estamos discutindo isso ao longo desse dia. Vamos cortar e dizer exatamente de onde estamos cortando”, afirmou o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia.
  • Qual será o efeito no preço do diesel?    Segundo o governo, essa medida garantirá os preços estáveis por 60 dias e, depois disso, o reajuste do diesel passará a ser feito a cada 30 dias – a política atual da Petrobras prevê reajuste diário dos combustíveis.
  • Quais podem ser as consequências?    A destinação pelo governo de recursos para subsidiar o diesel reduz o valor disponível para o pagamento das chamadas despesas discricionárias, que são aquelas sobre as quais o governo tem controle. Para 2018, o governo tem R$ 129,473 bilhões para o pagamento destas despesas. Com o subsídio para o preço do diesel, o limite para esses gastos será menor, em torno de R$ 120 bilhões. No ano passado, quando as despesas discricionárias somaram R$ 124,400 bilhões, houve falta de recursos para a impressão de passaportes, redução de verba para investimentos federais em infraestrutura e para as fiscalizações contra o trabalho escravo, que chegaram a ser suspensas ou reduzidas. A falta de recursos também atingiu as universidades federais, a área de Ciências e Tecnologia, e ações da Polícia Rodoviária Federal, entre outras.

Redução de tributos

  • O que é?     Redução dos tributos Cide e PIS-Cofins incidentes sobre o diesel. Com isso, o governo prevê uma redução de R$ 0,16 por litro do diesel, que somados aos R$ 0,30 do subsídio resultarão no desconto total de R$ 0,46.
  • De onde virá o dinheiro para reduzir os dois tributos?    O governo conta com a aprovação pelo Congresso do projeto de lei que prevê a reoneração da folha de pagamento de empresas de pelo menos 28 setores da economia, que, pela estimativa do governo, resultará numa arrecadação adicional de R$ 3 bilhões.
  • Isso será suficiente?    Segundo o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, a receita adicional de R$ 3 bilhões não será suficiente para compensar a perda total de arrecadação resutante da concessão do subsídio e da redução dos dois tributos.
  • Qual é a alternativa do governo para cobrir a diferença?   De acordo com o ministro Eduardo Guardia, para cobrir totalmente a perda de arrecadação com a redução da Cide e do Pis-Confis, o governo pode aumentar outros tributos.
  • Por que o governo teria de aumentar outros tributos?   Porque, se o governo faz um gasto não previsto no Orçamento, ou, como neste caso, abre mão da receita de impostos, precisa fazer uma compensação, por meio do aumento de outros tributos ou corte de despesas em outras áreas. De acordo com Guardia, o aumento de tributos neste momento seria, portato, um “movimento compensatório” pelo corte da Cide e do PIS-Cofins sobre o diesel. Essa compensação é exigida pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
  • Quais impostos vão aumentar?    O ministro não informou quais tributos poderão ser elevados. Segundo ele, isso será definido somente após a aprovação pelo Congresso do projeto da reoneração da folha de pagamentos, que restabelece a cobrança de impostos previdenciários de alguns setores que haviam sido beneficiados a desoneração.

G1

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