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Alunos em greve de fome na UFPB emitem nota de repúdio

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publicado em 25/02/2016 às 17h30
Alunos em greve de fome

Alunos da UFPB continuam em greve de fome, acorrentados no prédio da Reitoria, em João Pessoa. Eles emitiram nota repudiando o descaso da reitora Margareth Diniz Formiga. Reclamam de promessas de campanha não cumpridas e da falta de vagas nas residências universitárias e no restaurante universitário.

Segundo os alunos, apenas 18 vagas foram oferecidas para a residência e 600 para o restaurante, insuficiente para a demanda. “Há muito não se tem contato com a gestão atual e queremos de transformar a realidade e assim deixaremos o legado das gerações que ajudaram a mudar o Brasil”, declarou Joheiny Jeronimo Alves, um dos alunos que estão em greve de fome e acorrentado.

Segue carta na íntegra:

A UFPB e universidade que não gosta de suas/seus alunas/os

Na manhã do dia 23 de fevereiro de 2016 foi iniciada uma greve de fome em frente ao prédio da reitoria da UFPB. La se encontravam 3 estudantes acorrentados aos corrimãos da passarela de acesso a edificação mais importante da maior instituição de ensino superior do estado da Paraíba, carregados de muita indignação com a falta de apoio da universidade em ajudar seus alunos e alunas a permanecerem estudando nessa universidade, as bolsas destinadas a moradia e alimentação não chegam a responder as necessidades de todas as pessoas que se inscrevem para a seleção de concorrência da mesma, as pessoas que optam por morar na residência universitária encontram um cenário de poucas vagas(na ultima seleção só foram ofertadas 18 vagas) e que são disputadas de forma injusta, o Restaurante universitário é limitado a um numero de pouco mais de 600 estudantes por refeição.

Observando que a reitora Margareth Diniz não cumpre com suas promessas de campanha ou aos acordos tirados em reuniões de reinvindicação, iniciou-se uma nova fase nas lutas por assistência estudantil, utilizando de novas praticas de reinvindicação e contando com apoio de estudantes de diversas áreas de formação, os três alunos do CCHL começaram a mudar a rotina da universidade onde estudam, das primeiras horas do dia quando começaram as mensagens de apoio até o momento da primeira reunião de avaliação um sentimento era certo:

Estamos no caminho certo! A juventude tem um papel muito importante na luta de classes, ela por muitas vezes é quem puxa os processos, ela sempre é a primeira a responder as demandas mais difíceis, seja pela disponibilidade de tempo ou pelo espírito rebelde comum a toda juventude, o sinal é claro:

A sociedade brasileira não está se comportando do mesmo jeito. A disposição em iniciar atos reivindicatórios sejam eles: Greves Trabalhistas, Scrachos a figuras que representam o avanço conservador, as rodadas de pichações nas grandes cidades do país ou até mesmo como o exemplo dos estudantes da UFPB que iniciaram uma greve de fome só mostram o quanto a sociedade está ficando agitada politicamente, os fatores para esse evento podem ser os mais diversos e isso certamente está ligado ao maior numero de alunos e alunas que chegaram ao ensino superior nos últimos anos, as universidades estão cheias de bolsistas que pertencem a classes que historicamente foram privadas de chegar a universidade e essa “galera” está produzindo muita coisa…

Produzindo uma nova forma de lhe dar com os problemas apresentados pela vida comum, um estilo mais coletivo de organizar as lutas e de ensinar a sociedade como se movimentar.

Sendo realista posso afirmar que o futuro será muito difícil, as elites iram tentar roubar muito mais nossos direitos, que já são poucos e a UFPB é um pedacinho do que é a sociedade, as lutas de disputa por respeito e garantia de direitos que ocorre dentro de certos espaços pontuais chegaram sim ao ideário do povo brasileiro, quem está acostumado a ganhar não vai querer perder.

Não vamos ser derrotistas nem idealistas demais, vamos acreditar na força do povo em movimento, vamos confiar em nossa capacidade de transformar a realidade e assim deixaremos o legado das gerações que ajudaram a mudar o Brasil.

E os estudantes da UFPB estão nos provando isso. Que lutar é preciso e principalmente por aqueles e aquelas que só têm a ganhar com as lutas.

Joheiny Jeronimo Alves

MaisPB com DiárioPB

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