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MANIFESTAÇÃO JÁ DURA SETE DIAS

Alunos em greve de fome emitem nota e rebatem reitora da UFPB

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publicado em 01/03/2016 às 17h27
atualizado em 01/03/2016 às 14h28

Estudantes que fazem greve de fome há sete dias no campus I da UFPB, em João Pessoa, emitiram nota oficial nesta segunda-feira, rebatendo acusações feitas pela reitora Margareth Diniz Formiga. Eles destacam a falta de sensibilidade da reitora e afirmam que ela foi desrespeitosa ao abandonar uma reunião com o movimento estudantil.

Os estudantes negam ter mantido a reitora e sua filha em cárcere privado. Também rejeitam o termo ‘invasão’ e garantem ter ‘ocupado’ a Reitoria. O movimento estudantil disse, ainda, que a ocupação é em benefício do segmento discente e que poderia ter sido evitado pela reitora (que teria evitado o diálogo).

Quatro alunos estão em greve de fome há sete dias, acorrentados na entrada da Reitoria. Um deles passou mal no último domingo e recebeu atendimento de enfermeiras. Ontem, voltou a passar mal e teve de ser internado no Hospital Universitário. Ele teve uma crise nervosa e sofreu convulsões, após reunião com a reitora.

O protesto reivindica abertura de mais vagas em residências universitárias. Também é reivindicada a inclusão de mais estudantes na lista de beneficiados no Restaurante Universitário. Seriam incluídos mais alunos em profunda situação de vulnerabilidade social.

Jãmarrí Nogueira-MaisPB

Abaixo, veja a nota na íntegra:

Nota de Escurecimento da Greve de Fome UFPB mediante as acusações mentirosas da Reitora

No dia 29/02/16 a reitoria da UFPB foi ocupada, após 7 dias de greve de fome, desmaios, convulsões, ataques de pânico, descaso, omissão e desumanização ocupamos a reitoria em solidariedade aos nossos companheiros que estão desfalecendo acorrentados em greve de fome na luta pela assistência estudantil e sem NENHUMA RESPOSTA por parte da reitora.

O estopim, no qual, desencadeou essa ocupação foi a Reitora Margareth marcar conosco uma reunião para recebermos uma resposta das reivindicações exigidas e a mesma retirar-se do local durante a reunião sem nenhum posicionamento e resposta.

As entrevistas que a Margareth deu após a mobilização, não mencionam de forma nenhuma a verdade sobre a nossa ocupação. Nesse sentido, de maneira nenhuma mantivemos a reitora e sua filha em “carcere privado”, pelo contrário, abrimos espaço para que elas conseguissem ir embora da reitoria sem nenhum constrangimento.

Reiteramos que foi uma medida extrema, no qual, a própria Gestão da Universidade impôs aos estudantes mediante a uma situação de descaso, negligência e reducionismo. Existem quatro estudantes em greve de fome bastante debilitados e a nossa reitora não demonstra interesse em reverter a situação de emergência acontecendo na Universidade, como também, se nega a realizar um diálogo horizontal e coletivo para atender as nossas reivindicações, nas quais são direitos estudantis. A ocupação vem fortalecer a greve de fome, de forma que estamos juntas e juntos na luta pela permanência e assistência estudantil.

“Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem” ( Bertolt Brecht)

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