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Kubitschek Pinheiro
Celebrando quase duas décadas de estrada, a banda Pequeno Cidadão lança novo single e o videoclipe de “Avô Avó”. É um registro emocionante. A faixa e o clipe estão nas plataformas.
O single parte de uma reflexão sobre a língua portuguesa e sobre como tantas palavras de apenas três letras, como “sol”, “som”, “mar”, “céu”, “cor”, “paz”, “avô”, “avó”, guardam sentimentos profundos e carregam imensidões de significados. Com uma batida que combina o groove animado dos anos 70 e uma pegada moderna, o novo trabalho dos artistas convida a família a se encontrar através da música em uma sessão de escuta compartilhada e divertida.
A canção traz a participação especial de Arnaldo Antunes e foi produzida por Luzia Barros, que integra a banda desde os 6 anos – com coprodução de Pedro Gadia.
A faixa reflete um novo momento na história do projeto: alguns integrantes do Pequeno Cidadão vivem a experiência de serem avós e trazem para a criação a sabedoria e ternura que acompanham a fase. A música também ganhou clipe, que, por sua vez, traduz a atmosfera do afeto em imagens através de animações e desenhos coloridos que remetem ao universo infantil.

Taciana em entrevista ao MaisPB conta que a composição da música nasceu em um momento de conexão com a natureza:
Rita Lee disse certa vez que se eu soubesse que ser avó era tão genial, ela nem teria sido mãe.
Leiam a entrevista, escutem o single, vejam o videoclipe aqui no MaisPB e descubram mas do grupo paulista, nascido através da amizade entre músicos e pais, foi idealizado por Edgard Scandurra (Ira!), Taciana Barros (Gang 90 & Absurdettes) e Antonio Pinto (produtor musical), em prol de uma mesma mensagem: a celebração da infância, da convivência familiar e do poder transformador da arte. O artista Arnaldo Antunes também é sócio fundador do projeto e participa de gravações e composições desde o segundo álbum.
MaisPB – Que coisa mais bonita – o videoclipe, que fala da vida da gente, da saudade, as imagens mexem com o imaginário e coloca a infância de novo na acolhida dos nossos avós, aliás vocês nem falam a palavra no plural, (avós) que fica apenas friso e não o chapéu – vamos começar por aqui?
Taciana Barros – Obrigada! A ideia do clipe era realmente essa, falar da vida, do tempo e das coisas… por isso começa com as estações do ano. Sobre a letra, tudo começou quando eu percebi que existiam muitas palavras formadas por apenas três letras e com significados lindos. Surgiu assim a ideia de nenhuma vir do plural. Mas tem um detalhe divertido: bem no final da música, tem o neto do Arnaldo balbuciando “avós”. Na canção, a voz de criança é da Luna, nossa neta de 3 anos. Ela foi quem inventou o “HEY” que aparece no fim das estrofes também.
MaisPB – O single é a maior sacada – uma canção embalada para agradecer e ninar nossos avós, merecidamente – por sinal, não conheço nenhuma canção que fale desse tema. Bora falar sobre isso?
Taciana Barros – Quando o Edgard Scandurra e eu viramos avós, foi uma alegria, um sentimento que não sei descrever em palavras. Depois, quando o Arnaldo me contou que também seria avô, e pensando que o Pequeno Cidadão é um livro aberto das nossas vivências e percepções, a faixa surgiu naturalmente. Ela nasceu primeiro como letra, com a brincadeira das três letrinhas. Um belo dia, em um chalé no meio da Mata Atlântica, eu acordei, peguei o violão e a música saiu de uma vez. Nem sempre é assim. A ideia de ser um soft rock é para os avôs curtirem e conseguirem dançar na sala com os netos.
MaisPB – Adorei terem chamado o Arnaldo Antunes, ele tem uma canção que fala que todo mundo foi neném, todo mundo teve pai, legal isso – falaí da chegada dele neste single?
Taciana Barros – Quando surgiu a ideia de criar um projeto para crianças, em 2008, a primeira pessoa que eu convidei e topou foi o Arnaldo. Eu liguei no mesmo dia para o Edgard e Antônio, e foi uma coisa linda, porque todos toparam. O Arnaldo é um artista que eu admiro muito, além de muito generoso e amoroso. Como somos amigos desde que eu fazia parte da Gang 90 & Absurdettes, com 17 anos, construímos uma parceria desde essa época. Nós fizemos “Vida Dura”, que foi lançado em 1985. Pela nossa amizade e troca de ideias, pela amizade dele com Edgard. São muitas coisas, era natural ele ser parte do projeto.
MaisPB – Esse single ele poderá se juntar a outros e sair um EP ou um disco mesmo?
Taciana Barros – Essa é a ideia. Já estamos produzindo outra.
MaisPB – Conta pra gente como nasceu o Pequeno Cidadão?
Taciana Barros – Nasceu desse encontro de amigos, com a amizade dos pais e a amizade linda dos filhos, também. Primeiro, iríamos só registrar algumas músicas juntos, para guardar e para as crianças terem um registro delas cantando com a gente. Mas foi crescendo e nos empolgamos muito com o resultado, alegria e envolvimento dos pequenos e do público que surgiu.
MaisPB – Vocês vão sair cantando pelo Brasil e chegarão até a Paraíba?
Taciana Barros – A gente viaja bastante. Estivemos com nosso show em João Pessoa, mas já faz algum tempo e não vemos a hora de voltar.
MaisPB – Vamos falar da canção “O Sol e a Lua” que fiquei curioso e até lembrei da canção de Nelson Cavaquinho
Taciana Barros – A música surgiu primeiro quando compus a letra, inspirada no Bob Dylan. Eu queria uma letra infantil, que contasse uma longa história, sem muitas preocupações com a forma e com as rimas. Eu enviei para o Antônio, que musicou, e depois fomos para o estúdio registrar a participação de todos. Foi uma energia ótima, lançamos um DVD de animação logo após o CD de 2009, e nele existe uma parte dos bastidores. Dá uma boa ideia de como a banda começou e de como foi a gravação de “O Sol e a Lua”. Nós ficamos muito surpresos e felizes com o alcance que essa música tem no mundo inteiro. É incrível, somando as plataformas passamos de 250 milhões e segue aumentando.
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