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Kubitschek Pinheiro
O Dia Nacional do Poeta, celebrado em 20 de outubro, é uma data dedicada a homenagear aqueles que transformam palavras em arte e sentimentos em versos. Embora não seja uma comemoração oficial do calendário brasileiro, ela nasceu em 1976, como uma forma de reverenciar o Movimento Poético Nacional, fundado na casa do escritor Menotti Del Picchia, um dos grandes nomes do modernismo no Brasil.
Para lembrar, a escritora e poetisa paraibana, Antônia Claudino traz um, verso da escritora portuguesa Flobela Espanca – “Ser poeta é ser mais alto, é ser maior / Do que os homens! Morder como quem beija! / É ser mendigo e dar como quem seja / Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!”
Para Antônia ser poeta é mais do que dominar a linguagem — “é enxergar o mundo com sensibilidade e traduzir emoções universais em palavras. A poesia tem o poder de inspirar, provocar reflexões e eternizar momentos que, de outro modo, passariam despercebidos”.
Antônia Claudino e ensaista Angela Bezerra
Neste dia, celebra-se não apenas os grandes nomes consagrados da literatura, mas também todos aqueles que, de forma simples e verdadeira, fazem da poesia um instrumento de expressão, resistência e beleza.
“Dizem que o poeta vive num desvario. E talvez viva mesmo. Mas é um desvario lúcido, desses que só quem tem alma desperta consegue compreender. O poeta habita um território entre o sonho e o espanto — e é ali, nesse entrelugar de sombras e clarões, que ele se inventa. É meio anjo, meio abismo. Meio luz, meio fogo que arde por dentro”, registra Antônia Claudino
O Dia Nacional do Poeta nos convida a valorizar a palavra escrita, a emoção contida nos versos e a importância da poesia como forma de manter viva a alma da cultura brasileira. Temos grandes poetas brasileiros, Carlos Drummond de Andrade, Manoel Bandeira, Cecília Meireles, João Cabral de Melo Neto entre outros
“Meio anjo, meio demônio o poeta ri do mundo enquanto escreve sua própria eternidade. Ele sente antes que o mundo aconteça. Chora pelo que ainda não doeu, ama o que ainda não veio, e escreve o que ninguém ousou pensar. O poeta é uma criatura feita de excessos — de sentimento, de intuição, de fé no invisível. Enquanto o mundo finge normalidade, ele escuta as vozes do vento, conversa com as lembranças, e chama de verso tudo aquilo que o transborda”, fecha a escritora
Segundo Antônia Claudino ser poeta é viver em constante travessia. “É andar sobre a corda bamba do sentir, com o coração descalço e a mente acesa. É misturar dor com beleza, perda com esperança, finitude com eternidade. É ver, no que todos chamam de fim, um começo disfarçado. No fundo, o poeta não escreve para o mundo — escreve para não se perder de si E é por isso que o desvario é também sua salvação: é nele que encontra abrigo, é dele que brota a lucidez mais pura”.
AUDIÊNCIA NA ALPB - 14/10/2025