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Deputado cita lavagem de dinheiro e quer dono da Pixbet na CPMI do INSS

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publicado em 16/10/2025 ás 16h05
atualizado em 16/10/2025 ás 16h12
Dono da Pixbet, Ernildo Júnior, em entrevista à MaisTV, canal de vídeo do Portal MaisPB (Foto: Albemar Santos/MaisPB)

O deputado federal Kim Kataguiri (União) solicitou ao presidente da CPMI do INSS, Carlos Vianna (Podemos), a convocação do empresário paraibano Ernildo Júnior, dono da empresa de apostas Pixbet, para prestar esclarecimentos sobre a atuação da fintech XBank, da qual era sócio, e é apontada na investigação como instrumento de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio associado ao esquema de fraudes no órgão.

Kataguiri justifica o pedido citando a ligação de Ernildo com o advogado Nelson Williams, também investigado pela CPMI e sócio do paraibano na XBank. Além disso, destaca a elevação de capital da empresa, que é suspeita de ser utilizada como estrutura paralela de movimentação financeira no esquema de fraudes do INSS.

“Essas empresas, reativadas e reconfiguradas, passaram a operar sob o nome XBank Digital, que, em menos de um ano, elevou seu capital social de R$ 500 para R$ 5 milhões, passando a ter Ernildo Júnior e Fernando Cavalcanti como administradores, e Nelson Wilians como subscritor e advogado do grupo. O XBank, segundo uma reportagem, foi utilizado como estrutura paralela de movimentação financeira entre o esquema de fraudes do INSS e o sistema de apostas online, por meio da Pixbet, de propriedade de Ernildo Júnior”, argumentou Kim Kataguiri.

“Essas relações cruzadas entre Pixbet, XBank, Wilians, Camisotti e o “Careca do INSS” (Antônio Camilo) formam, segundo apuração desta Comissão, um núcleo de ocultação patrimonial e lavagem financeira, que pode ter operado tanto via contas bancárias de fachada quanto por meio de cooperativas de crédito e empresas de apostas esportivas”, complementa na solicitação.

O documento ainda pontua que Ernildo é investigado pela Polícia Federal da Paraíba por evasão de divisas, operação irregular de instituição financeira e lavagem de dinheiro, envolvendo o envio de valores ao exterior sem registro de câmbio e o uso de empresas de familiares para sonegação fiscal e mascaramento de negócios jurídicos, fazendo referência a recorrência de irregularidades.

O presidente da CPMI, Carlos Vianna, ainda não definiu a data do depoimento do empresário.

Objetivos da convocação do paraibano, conforme aponta o deputado

1. Qual foi o papel da fintech XBank Digital nas transações financeiras entre os envolvidos no esquema de fraudes do INSS e as empresas ligadas à Pixbet;

2. Qual a origem dos recursos utilizados para o aumento repentino de capital social do XBank, que saltou de R$ 500 para R$ 5 milhões em apenas três meses;

3. Se houve remessa de valores do Brasil para o exterior sem registro de câmbio por meio da Pixbet ou de empresas
interpostas;

4. Quais eram as relações comerciais ou contratuais entre Ernildo Júnior, Fernando Cavalcanti, Nelson Wilians e Maurício Camisotti;

5. Se a Pixbet foi utilizada como veículo para lavagem de dinheiro e financiamento político, conforme investigações da PF e reportagens do Estadão, que apontam apoio financeiro de Ernildo a campanhas municipais na Paraíba em 2024.

Gabriel Albuquerque – MaisPB