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Paulo Rezzutti lança nova edição da biografia de D. Leopoldina

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publicado em 12/07/2025 ás 12h29

Kubitschek Pinheiro – MaisPB

Já foi lançada, com selo da Editora Record, a nova edição revista e ampliada da biografia de D. Leopoldina escrita por Paulo Rezzutti, intitulada “D. Leopoldina: A História Não Contada”. O livro traz imagens inéditas e informações descobertas ao longo dos últimos cinco anos, revela o autor e já anuncia a novidade

“Este ano, além da reedição do livro sobre d. Leopoldina, também saiu a biografia de d. Pedro II. A próxima reedição é o da Marquesa de Santos e, no ano que vem, sai o inédito D. João VI”.

Nesta nova edição o leitor vai conhecer a vida e o papel de D. Leopoldina na Independência do Brasil, desmistificando a visão estereotipada da imperatriz.

O escritor Paulo Rezzutti está sempre atualizando sua obra que chega ao leitor com informações precisas da nossa História. A nova edição inclui imagens inéditas, como uma miniatura de D. Leopoldina com 10 anos e uma gravura publicada em um livro austríaco que a eleva a heroína nacional.

A biografia está disponível em diversas livrarias e plataformas online, como Livraria Loyola, Amazon.com.br, Mercado Livre e livrarias espalhadas pelo Brasil.

Outro destaque – A obra destaca o papel crucial de D. Leopoldina na Independência do Brasil, muitas vezes negligenciado na história.

Essa é a terceira vez que o escritor paulista Paulo Rezzutti conversa com o MaisPB

Escritor Paulo Rezzutti

MaisPB – Depois da edição atualizada de seu livro D. Pedro, agora o leitor ganha nova edição da biografia de D. Leopoldina – o que temos de novo?

Paulo Rezzutti – Esta reedição traz muitas informações novas sobre a infância e a juventude de d. Leopoldina, que levantei tanto em fontes primárias, no Arquivo Nacional da Áustria e na correspondência da irmã dela, Maria Luísa, como na primeira biografia escrita a respeito dela pela autora Olga Obry, que só foi publicada em alemão. Por meio dessas cartas e relatos, é possível ter um panorama mais claro dos anos formativos da nossa primeira imperatriz, suas experiências antes de chegar ao Brasil e sua personalidade.

MaisPB – Nesta edição o autor se alonga no legado e das principais figuras da Independência do Brasil – por que a figura de D. Leopoldina tem esse destaque?

Paulo Rezzutti – D. Leopoldina foi uma personagem ativa no processo de Independência e na sua consolidação, seja atuando como intermediária entre os nacionalistas brasileiros e d. Pedro ou atuando pelo reconhecimento do Brasil junto a sua família na Áustria. Ela influenciou D. Pedro pela decisão de ficar no Brasil e presidiu a reunião do Conselho de Estado que recomendou a proclamação da Independência.

MaisPB Vamos imaginar o que até hoje é escândalo, continua – uma mulher ser traída e obrigada a conviver com a amante – isso repercutiu muito, a figura oficial menosprezada…

Paulo Rezzutti – Era muito comum na época que os monarcas tivessem amantes, o problema foi d. Pedro tornar público esse relacionamento paralelo por suas ações. Se isso influiu sobre d. Leopoldina foi trazer ainda mais simpatia da população para ela, que aguentou essa situação com a maior paciência possível.

MaisPB – A nova edição conta com a presença de Marianne Feldmann e posfácios de Cláudia Thomé Witte (biografia da imperatriz Amélia de Leuchtenberg e vencedora do Prêmio da Academia Portuguesa da História) e Viviane Tessitore (mestra em História Social pela FFLCH-USP). Vamos falar desse time junto ao seu trabalho?

Paulo Rezzutti – Os trabalhos da Cláudia e da Viviane estão presentes desde a primeira edição do D. Leopoldina. Viviane foi uma das maiores especialistas do Brasil na nossa primeira imperatriz, e a ajuda dela foi valiosa para que eu escrevesse esse livro. Nada melhor para complementar o trabalho que incluir a visão dela sobre essa personagem histórica. Cláudia faz uma análise dos trabalhos de Frübeck, que ilustrou a viagem de d. Leopoldina para o Brasil, e nesta reedição também me ajudou fazendo as traduções do alemão. Já Marianne Feldman, ex-embaixadora da Áustria no Brasil, escreveu especialmente o prefácio para esta reedição.

MaisPB – Vamos mostrar a bagagem erudita de Dona Leopoldina ao chegar ao Brasil?

Paulo Rezzutti – D. Leopoldina tinha um enorme interesse em ciências naturais, e ela trouxe essa mentalidade para o Brasil. Uma das coisas mais interessantes é que, com o dote fornecido a ela enquanto esperava na Itália para ser transportada para o Brasil, ela poderia ter comprado joias e vestidos ou peças para enriquecer seu enxoval. Ao invés disso, ela adquiriu um gabinete de mineralogia com uma grande coleção de minerais. D. Leopoldina também costumava enviar exemplares da fauna e da flora brasileira, tanto vivos quanto empalhados por ela mesma, para a família na Europa.

MaisPB – Essa edição chega agora na comemoração os 200 anos do nascimento de d. Pedro II, com um encarte colorido de pinturas dos principais acervos do mundo. Como se deu essa nova pesquisa e imagens?

Paulo Rezzutti – Ao longo de outras pesquisas, inclusive para a reedição da biografia de d. Pedro II, me vi muitas vezes em museus e instituições que guardam parte de nossa história vendo se achava algo de novo a respeito dos meus outros biografados. No caso de d. Leopoldina, eu localizei no Museu Histórico Nacional um copo de viagem, com estojo e gravado, que pertenceu a ela. Na Europa, localizei um busto dela em porcelana e na Fundação Maria Luísa e Oscar Americano eu encontrei diversos objetos e até mesmo um leque feito especialmente para o casamento dela com d. Pedro I. Também imagens de livros que pertenceram a ela e outros objetos encontram-se no novo caderno colorido.

MaisPB – A velha pergunta – o que vem por aí?

Paulo Rezzutti – Este ano, além da reedição do livro sobre d. Leopoldina, também saiu a biografia de d. Pedro II. A próxima reedição é o da Marquesa de Santos e, no ano que vem, sai o inédito D. João VI.

MaisPB