João Pessoa, 27 de junho de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Vez ou outra, alguém me pergunta: “Chico Leite, que desembesto era aquele? Parecia um trem bala. Passei por você na Avenida Esperança…”
Respondo que sigo o rabo de alguma estrela candente, mas quando leio as Kapetadas do Kubi, dou uma justificativa bem apropriada. Quem quiser entender, entenda… Ou não, como diz Caetano.
De qualquer forma, sempre respondo algo muito sério, afinal minhas referências não são bufalinas, como as das cacatuas destrambelhadas do juízo que faziam dancinhas coreografadas, pedindo ditadura.
Hoje, é diferente. Depois que o Congresso Nacional optou em proteger os ricos, depois que chantageia o governo por emendas pix, depois que aumenta os gastos públicos, para proteger apaniguados seus (veja a história da conta de energia), depois que aumenta o número de deputados, mas força o governo a contingenciar os gastos com programas sociais, eu resolvi confessar tudo.
Sim. Quero convidá-los para conhecer essa nossa singularidade que, mesmo sem ter nada para fazer, me põe em um ritmo forte no caminhar, como esses coriscos ariscos ao riscarem os céus das suas vidas.
Medo de alma. Sim, medo de alma!
Que raios sãos esses que acreditam nessas coisas, Chico?
Sei lá, sei lá… Se algum deles ouvisse os causos contados por papai, juro que arrepiaram até as suas caudas fumegantes.
“Meu Deus, Chico Leite endoideceu.”
Ora, ora, ora! Até a doideira tem a sua lógica. Por que meu frenético ritmo não teria? Aliás, acho que já contei, tintim por tintim, ou o fiz pela metade, no meu livro “Os longos olhos da espera (Amazon).
Eu tinha uns onze anos de idade. Muitas vezes, saía, às quatro horas da manhã, da zona rural para a cidade, assistir aulas no Colégio Estadual de Uiraúna, que começava às sete.
No sítio, em uma época dominada por lamparinas, a madrugada era um breu e minha dormida fora antecedida por histórias mal-assombradas. Papai era um ás nisso, cada causo mais cabeludo do que outro.
Não havia alternativa. Correr, correr mais ligeiro do que as almas. Vicei, por isso, nenhuma me pegou. Entendeu, seu curioso de uma figa?
Ah, essa escrita é autoral, sem IA, mesmo porque elas não entendem dessas coisas cabulosas).
@professorchicoleite
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BOLETIM DA REDAÇÃO - 26/06/2025